sexta-feira, 4 de junho de 2010


Dr. Geley

8)31 Mar 2010
Materializações Ectoplásmicas e Implicações Filosóficas das Mesmas (1)

Passo a palavra ao filósofo e cientista italiano que, ainda hoje, é considerado a maior autoridade mundial em assuntos de Parapsicologia, Ernesto Bozzano. Escreve ele em sua obra "Pensamento e Vontade", 8ª ed., FEB, 1991:
O termo ectoplasma foi o Prof. Charles Richet quem o propôs para designar a substância viva, exteriorizada e amorfa, emanada do organismo de poderosos médiuns de efeitos físicos, sobre a qual se exercem as ideias-forças projetadas pela subconsciência dos próprios médiuns ou pela vontade de espíritos desencarnados. Relativamente à natureza da substância ectoplásmica, reporto-me às passagens essenciais da descrição que dela faz o Dr. Gustavo Geley, nos seguintes termos:

"O processo da materialização pode ser resumido da seguinte forma: Do corpo do médium transpira e exterioriza-se uma substância amorfa ou polimorfa, que toma representações diversas, ordinariamente de órgãos mais ou menos completos, e, mais raramente, de corpos inteiros. Substância móvel, ora ela evolui lentamente, sobe, desce, resvala sobre o médium nas espáduas, peito, joelhos, em movimentos coleantes que lembram um réptil, ora por bruscas quão rápidas evoluções, aparecendo e desaparecendo como um relâmpago..."
"Essa substância apresenta grande sensibilidade, aliada a uma espécie de instinto, comparável ao instinto de conservação dos invertebrados. É qual se tivesse a perfeita desconfiança de um animal sem defesa, ou cuja única defesa consiste em reentrar no corpo do médium, que lhe deu origem, devido, certamente, à desmaterialização de parte do organismo do médium, operada por sua vontade subconsciente".
"Assim é que teme os contatos, sempre pronta a ocultar-se e reabsorver-se. A sua tendência para organizar-se é imediata e irresistível, pois, a não ser em casos raros, não permanece muito tempo no seu estado original. Frequentemente, essa organização é tão rápida que não deixa ver a substância primordial".
"Outras vezes são vistas, simultaneamente, a substância amorfa e representações mais ou menos completas, englobadas em sua massa, como seja um dedo ou uma mão, entre franjas da substância. Outras vezes, são cabeças, são rostos que na substância aparecem envoltos. Em casos mais raros, figuras inteiras aparecem completamente materializadas, geralmente envoltas por um véu, sem nenhum traço da substância ectoplásmica, mostrando que toda ela foi utilizada na materialização. Pôde-se observar, como não poderia deixar de ser, que, nestes casos, ocorria sempre uma perda considerável de peso por parte do médium". ( Do Inconsciente ao Consciente, pág. 53 ).

Para citar uma experiência de materialização completa, demos a palavra ao Pai da Antropologia Criminal, o célebre psiquiatra, criminologista, antropólogo e médico César Lombroso:
"Pude verificar, em condições irrepreensíveis de controle, a aparição completa de minha mãe. Foi em Gênova, certa noite com a médium Eusápia Paladino em estado de semi-embriaguez, pelo que pensei nada seria então obtido. Solicitada por mim, antes da sessão, que fizesse mover-se, a plena luz, um pesado tinteiro de vidro situado sobre a mesa, respondeu-me com sua vulgar linguagem habitual:
--"E por que te preocupas com estas besteiras? Sou capaz de muito mais, sou capaz de te fazer ver tua mãe! Nisto é que deverias pensar!"
Sugestionado por esta promessa, depois de meia hora de sessão, fui tomado pelo vivíssimo desejo de vê-la transformada em realidade, e a mesa imediatamente assentiu, com os seus conhecidos movimentos de cima para baixo, ao meu pensamento. Logo depois vi ( estávamos em semi-escuridade, com luz vermelha ), destacar-se da tenda uma figura completa, baixa, qual era minha mãe, que fêz o giro completo em redor da mesa até chegar a mim, sussurrando-me palavras ouvidas pelos demais ( mas não por mim, devido à minha surdez ), tanto que, quase fora de mim pela emoção, supliquei que as repetisse, e ela o fêz, dizendo:
--"Cesare, mio fiol".
Pouco depois, a meu pedido, tornou a dar o giro em torno da mesa, e afastando, por um momento, os véus da face, deu-me um beijo. Eusápia, neste instante, estava bem segura, mantida por duas pessoas, e era bem mais alta que minha mãe. Depois daquele dia, a figura de minha mãe ( Ah! querida figura! ), reapareceu pelo menos umas vinte vezes nas sessões de Eusápia, estando esta em transe, mas reapareceu envolta no véu da tenda, expondo apenas a cabeça e as mãos, dizendo-me -- "fiol e tesoro" -- e beijando-me a fronte e os lábios. Duas vezes, estes me pareceram secos e ásperos. Nenhum truque, nenhuma boneca de pano ou inflável, pode enganar um filho quando se trata da voz, do jeito de ser e de andar, da presença enfim, daquela que lhe deu a vida!". ( - )
"Sir Oliver Lodge compara as materializações aos fenômenos do molusco que pode extrair da água a matéria da sua concha, ou ao animal que pode assimilar a matéria da sua nutrição e convertê-la em músculos, pele, ossos, penas. E assim esta entidade viva, que não se manifesta ordinariamente aos nossos sentidos, se bem esteja em relação constante com o nosso universo psíquico, possuindo uma espécie de corpo sutil ou fluídico (talvez fosse melhor dizer -- radiante), -- pode utilizar temporariamente as moléculas terrestres que a circundam, principalmente aquelas subtraídas ao médium, para confeccionar uma estrutura material capaz de manifestar-se aos nossos sentidos."
 ( César Lombroso, Hipnotismo e Espiritismo, págs. 140, 282 e 285 ).

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