sexta-feira, 4 de junho de 2010




2)25 Mar 2010
A Relatividade das Revelações Trazidas aos Homens

Todos os espíritos superiores que baixaram ao nosso planeta para trazer uma grande revelação (caso de Kardec), ou uma nova ideia científica, filosófica ou religiosa, sabiam que falavam para uma época ou um tempo determinados, que a sua obra careceria de complementação posterior, uma vez que vivemos num mundo relativo, sujeito a constantes mudanças e transformações. Assim, Gabriel Delanne, continuador de Kardec relativamente à parte científica da Doutrina Espírita, e que chamava constantemente o mestre lionês de "O Grande Iniciador", complementou uma importante parte da obra kardequiana. "O Livro dos Espíritos" assinala que "Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber", referindo-se, naturalmente, ao espírito do homem primitivo (questão nº 115), mas nada diz quanto à existência pregressa desse mesmo espírito. Completando-lhe a obra, cerca de 26 anos após a desencarnação do "Grande Iniciador", Delanne estabeleceu que "o princípio espiritual, latente no mineral, percorre todos os degraus da escala zoológica, animando milhões e milhões de organismos, passando pelos reinos vegetal, animal, até desabrochar no reino hominal". ("A Evolução Anímica", ed. FEB, 2007, trad. de M. Quintão).
Anos depois, agora por volta de 1933, graças à inspiração de Pietro Ubaldi, "Sua Voz", corroborando o que dissera Delanne, afirma que "não são as formas que evolvem através dos séculos, como pretende a evolução darwiniana, mas o psiquismo interior, que plasma essas formas como meio de sua própria ascenção, agigantando-se, assim, nesse processo de evolução contínua". ("A Grande Síntese", ed. FEB, 1939, trad. de Guillon Ribeiro).
Prevendo tudo isso, o próprio Kardec afirmara: "Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará". ("A Gênese", ed. FEB, 1962, trad. de Guillon Ribeiro).
Analogamente, disse o Cristo a seus discípulos: Muitas coisas ainda teria para vos dizer, mas vós, presentemente, não o podeis suportar". (João, 16:12). Sobre este assunto, comenta Kardec: "O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo. Ele chama os homens à observância da lei: ensina todas as coisas, fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Advertiu o Cristo: Ouçam os que têm ouvido para ouvir. O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias; levanta o veu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores". ("O Evangelho Segundo o Espiritismo", ed. FEB, 1980, trad. de Guillon Ribeiro).
Os católicos e protestantes (principalmente estes) aferram-se obsessivamente à Bíblia, que dizem ser "a palavra de Deus". Não concordamos com isso (especialmente na parte que se refere ao Velho Testamento). Não endossaremos um Espiritismo dogmático, embora façamos questão de seguir continuando Kardec como "O Grande Iniciador". Para isto, buscaremos a complementação de suas obras, tendo, entretanto, como bússola dois parâmetros: a lógica e a razão. Estes serão os farois que orientarão o nosso caminho. E, na nossa modesta maneira de ver, uma boa complementação das obras do mestre lionês serão encontradas nas obras clássicas de Denis, Delanne, Flammarion, Bozzano, Lombroso, Aksakof, Richet, Crookes, Lodge, Barrett, Geley, Gibier, etc., e em quatro livros do médium e místico italiano Prof. Pietro Ubaldi, "A Grande Síntese", "Ascese Mística", "O Sistema" e "Cristo".

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