sexta-feira, 4 de junho de 2010



22)07 Abr 2010
O Que "Sua Voz" Chama de Intuição Supra-Racional (2ª parte)

(Continuação do texto de "Sua Voz')

"Pode chamar-se consciência latente ou interior a uma vossa consciência mais profunda do que a normal e a ela se pode atribuir a causa de muitos fenômenos que não lograis explicar."
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"Acompanhai-me, indo do exterior, onde estais com as vossas sensações e a vossa psique, para o interior, onde me acho eu, como Entidade e como pensamento. No mundo da matéria, temos, em primeiro lugar, os fenômenos; depois, a vossa percepção sensorial e, por fim, através do vosso sistema nervoso convergindo no sistema cerebral, a vossa síntese psíquica: a consciência. Até aqui chegastes no terreno da pesquisa científica e da experiência cotidiana. Não errou o vosso materialismo quando viu, nessa consciência, uma alma filha da vida física e destinada, com esta, a extinguir-se. Ela, entretanto, não é mais do que uma psique superficial, resultante do ambiente e da experiência, preposta à satisfação das vossas necessidades imediatas e cujo encargo não vai além de guiar-vos na luta pela vida. Esse instrumento, como já vos disse, não pode ultrapassar essa tarefa e, lançado no grande mar do conhecimento, se perde: ele é a razão, o bom senso, a inteligência do homem normal, que não transpõem o limite das necessidades da vida terrena."
"Se descemos mais ao fundo, deparamos com a consciência interior ou consciência latente, que está para a consciência exterior, clara, como as ondas elètricas para as ondas acústicas. A essa consciência mais profunda pertence a intuição supra-racional, que é o meio de percepção ao qual, como também já vos disse, nacessário se faz chegueis, para que o vosso conhecimento possa avançar."
"A vossa consciência latente é a vossa verdadeira alma eterna, a que preexiste ao nascimento e sobrevive à morte do corpo. Quando, progredindo, a ciência a atingir, demonstrada estará a imortalidade do Espírito. Ainda, porém, não sois conscientes nessa profundidade, a vossa sensibilidade ainda não alcançou esse nível e então, por não experimentardes em vós mesmos nenhuma sensação, por esse motivo negais. A vossa ciência anda no encalço das vossas sensações, sem suspeitar de que as possa superar, e a elas fica presa como num cárcere. Aquela parte do vosso ser está mergulhada nas trevas, ao menos pelo que toca à grande maioria dos homens, que por isso nega e que, por ser maioria, faz e impõe a lei, banindo para um campo comum de de expulsos da normalidade e mesclando numa dolorosa condenação, tanto o subnormal, isto é, o patológico ou involvido, quanto o supranormal, que é o superevolvido elemento do amanhã. Nesse campo, o materialismo tem errado muito. Apenas alguns indivíduos excepcionais, antecipando-se à evolução, já se mostram conscientes na consciência interior. Esses dizem e ouvem coisas maravilhosas; porém, na maioria dos casos, só muito tardiamente os compreendeis, depois de os haverdes martirizado. Entretanto, esse é o estado normal do super-homem (isto é, do homem evoluído) do futuro."
"Acenei a essa consciência interior ou consciência profunda, porque ela é a base da mais alta forma da vossa mediunidade, a mediunidade inspirada, ativa e consciente, que é precisamente a manifestação da personalidade humana quando, por evolução, chega a esses estados profundos de consciência a que se pode dar o nome de intuição."
"A vossa consciência humana é o órgão exterior por meio do qual a vossa verdadeira alma eterna e profunda se põe em contato com a realidade exterior do mundo da matéria. Por seu intermédio é que essa alma experimenta todas as vicissitudes da vida, entesoura essas experiências, assimila-lhes o suco destilado, toma-o para si, faz dele qualidades e aptidões próprias, que depois serão os instintos e as idéias inatas do futuro. É assim que, destilada, a essência da vida desce à profundeza, ao íntimo do ser, se fixa na eternidade em qualidade imperecível e nada, nada de tudo o que viveis, das vossas lutas e sofrimentos se perde em substância. Vedes que todo ato vosso tende, com a repetição, a fixar-se em vós, sob a forma desses automatismos que constituem os hábitos, isto é, uma roupagem, uma veste que se sobrepõe à personalidade. Esta descida das experiências da vida se estratifica em derredor do núcleo central do Eu que, em consequência, se agiganta, por um processo de expansão contínua."
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"Encontra o seu Eu eterno todo aquele que chega a ser consciente também na consciência latente e pode reencontrar, no vasto emaranhado das vicissitudes humanas, o fio condutor ao longo do qual, naturalmente, segundo uma lei de justiça e equilíbrio, se desenvolve a linha do próprio destino. Esse vive, então, a sua maior vida da eternidade e tem dessa forma vencido a morte. Esse então se comunica livremente, mesmo na Terra, por um processo de sintonização que significa afinidade, com as correntes de pensamento (ou ondas psíquicas) que provêm de fora das dimensões de espaço e de tempo, emitidas por seres que a vossa razão já não pode individualizar, isto é, que não mais possuem forma nem corpo. Já indiquei a técnica dessa comunicação conceptual ou mediunidade inspirativa."
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"Pois bem, a fim de auxiliar o nascimento em vós dessa nova consciência, que está para vir à luz; a fim de estimular a vossa transformação, que está iminente, que a evolução impõe para passardes da fase humana à super-humana, ensinar-vos-ei um novo método de pesquisa, desenvolvido pelas vias da intuição; mostrar-vos-ei a possibilidade de adquirirdes uma nova ciência, conquistando-a pelo sistema dos místicos, de penetrardes os fenômenos com uma sensibilidade nova, abrindo, muito mais que as dos sentidos, as portas da alma, fenômenos que não mais serão vistos, nem ouvidos, nem tocados por nenhum Eu ou aparelhamento, seja qual for, mas sentidos por um ser transformado em delicadíssimo instrumento de percepção, porque sensitivamente evolvido, nervosamente apurado e, sobretudo, moralmente aperfeiçoado." (A Grande Síntese, cap.4, Consciência e Mediunidade, Ed. FEB, 1939, trad. de Guillon Ribeiro).

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