sexta-feira, 4 de junho de 2010



49)19 Abr 2010
A Posição Filosófico-Científica do Astrônomo Flammarion

Ao final do prefácio da 10a. edição francesa da "Pluralidade dos Mundos Habitados" (isto em 1867), Flammarion diz: "Vejo com prazer coincidir a publicação desta nova edição com o aparecimento da nossa obra "Deus na Natureza" . Esta última é, com efeito, o desenvolvimento da idéia que ditou a precedente. Seu fim acha-se por inteiro nestas palavras: A Religião pela Ciência. Procuramos formular neste trabalho uma filosofia positiva das ciências e dar uma refutação não teológica do materialismo comtemporâneo. Possa esta obra, fundada sobre a observação racional e científica, seguir e mostrar o caminho seguro do espiritualismo racional, a igual distância do ateísmo científico e da superstição religiosa, com seus dogmas e mistérios".
Vejamos agora a sua opinião no final do livro já citado, "Deus na Natureza":
"Vigem hoje no mundo dois grandes erros, tão vivazes e profundos como nos tempos mais obscuros da História, isto é, nas épocas recuadas em que a inteligência humana ainda podia formular nenhuma concepção exata da natureza".
"Esses dois erros, por nós combatidos paralelamente, são: de um lado o ateísmo científico, que, por puro preconceito ou soberba, nega a existência do espírito; e do outro lado a superstição religiosa, que, com seus dogmas, concebeu um Deusinho semelhante a seus interesses e fêz do Universo uma imensa lanterna mágica para uso e gozo da humanidade".
"Como esses dois erros igualmente funestos -- posto que à primeira vista pareçam inócuos -- procuram agora apoiar-se em princípios sólidos da Ciência contemporânea, impusêmo-nos o dever de mostrar que eles não podem reivindicar tais princípios em seu favor; que jazem fatalmente isolados da ciência positiva e se desarticulam ao primeiro embate, qual castelo de cartas, enquanto -- idéia central -- continua em linha reta o espiritualismo científico".

Esta foi a resposta que enviei a um amigo, que ficou muito impressionado com as mensagens de Flammarion que eu havia lhe remetido, e me pediu lhe informasse qual seria então a posição do célebre astrônomo sobre Deus e as religiões. Logicamente que eu lhe disse também que, para obter uma visão mais completa do assunto, deveria consultar as obras da lavra do eminente astrônomo, pelo menos as publicadas em português.

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