sexta-feira, 4 de junho de 2010

Carlos Torres Pastorino


3)27 Mar 2010
Três Enigmas a Resolver com Base na Razão e na Lógica

Qualquer pessoa dotada de um mínimo de gosto intelectual ou de mentalidade filosófica teria de responder, pelo menos, a três enigmas filosóficos que nenhuma filosofia ou religião conseguiu, até hoje, resolver a contento. Vejamos esses enigmas:

1º) O princípio da trindade: todo empreendimento que intentemos realizar obedece a 3 fases básicas: a - pensamento, concepção; b - execução, ação; c - realização, concretização. Isto acontece para tudo o que empreendemos fazer nesta vida. Exemplifiquemos: suponhamos que pensemos em adquirir um certo bem (1ª etapa: pensamento). A seguir, agimos (economizando, por exemplo), para comprá-lo (2ª etapa: ação). Finalmente, realizamos a aquisição do bem (3ª etapa: realização). Lembremos que as três formas do nosso mundo são matéria, energia e vida. Recordemos ainda, na parte religiosa, a trindade egípcia de Osíris, Ísis e Hórus, a trindade hindu de Brahma, Avidya e Mahat, a trindade cristã de Pai, Filho e Espírito (Santo). Por que é assim?

2º) O princípio do dualismo interno ou da unidade dual: no mundo relativo em que vivemos, toda aparente unidade é dividida em duas metades inversas e complementares. Isto acontece desde o início do mundo em que vigem o Bem e o Mal (representados pelas figuras opostas de Deus e o Diabo), involução e evolução, progresso e regresso, os sinais + e - da eletricidade, macho e fêmea, perfeição e imperfeição, conhecimento e ignorância, felicidade e dor, amor e ódio, dia e noite, calor e frio, etc., etc., etc. Mais uma vez, por que é assim e por que a unidade não é completa em si mesma?

3º) O princípio da nucleação: no nosso relativo, a realidade é pulverizada em milhares ou milhões de unidades mínimas individuais, desde as menores partículas de matéria, passando pelos átomos, moléculas, sistemas solares, galáxias, vegetais, animais e até por nós mesmos, seres humanos, que somos compostos de células, estas por moléculas, estas por átomos, estes por partículas subatômicas, e assim voltamos ao início. E por que tudo isto não gera um caos total? Porque tudo isto e todos eles obedecem a um princípio: o princípio da nucleação, que ordena esse caos aparente. Há sempre um núcleo central, em torno do qual se agrupam as unidades individuais, e isto desde o átomo, até os sistemas solares, as galáxias, nós mesmos cujo núcleo é o nosso cérebro (ou o nosso espírito, conforme a crença de cada um), os países cujo núcleo é o governo central, a humanidade cujo núcleo é ou deveria ser a ONU, e assim por diante. E ainda mais uma vez, por que tem que ser assim e não de outro modo?

Tudo isto me faz recordar um colóquio que mantive, há vários anos com o finado Prof. Carlos Torres Pastorino, por volta de 1971 ou 1972 (não me lembro exatamente), antes de ele partir para Brasília, onde veio a falecer. Ex-padre da Igreja Católica, convertido à Doutrina Espírita, cultor de línguas estrangeiras, inclusive o latim e o grego, estudioso das bases de todas as religiões antigas e modernas, dotado de uma cultura geral sobre todas as formas de Espiritualismo, contei-lhe que já havia lido "A Grande Síntese", obra recebida pela inspiração do médium e místico italiano, Prof. Pietro Ubaldi, mas que ainda ficara com algumas dúvidas. Respondeu-me ele que havia um livro que, no seu entender, complementava A Grande Síntese e toda a codificação kardequiana, livro que ele próprio traduzira do italiano. Este livro era "O Sistema", do Prof. Ubaldi. "Leia este livro", disse-me ele, "e as suas dúvidas, tais como as minhas, se dissiparão". Mas isto é matéria para outro artigo.

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