sexta-feira, 4 de junho de 2010

Claude Bernard


58)23 Abr 2010
O "perispírito" ou "duplo psíquico" representa a "ideia diretriz", do fisiologista Claude Bernard.

Demos a palavra a Claude Bernard, um dos maiores fisiologistas de todos os tempos:

"Se fosse preciso definir a vida, eu diria: a vida é a criação. O que caracteriza a máquina viva não é a natureza de suas propriedades físico-químicas, é a criação dessa máquina junto de uma ideia definida. Esse agrupamento se faz em virtude de leis que regem as propriedades físico-químicas da matéria; mas o que é essencialmente do domínio da vida, o que não prtence nem à Física, nem à Química, é a ideia diretriz dessa evolução vital.
Há como um desenho vital que traça o plano de cada ser, de cada órgão, de sorte que, considerado isoladamente, cada fenômeno do organismo é tributário das forças gerais da Natureza; tomadas em sua sucessão e em seu conjunto, parecem revelar um liame especial; dir-se-iam dirigidos por alguma condição invisível, na rota que seguem, na ordem que os encadeia.
A vida é uma ideia; é a ideia do resultado comum, ao qual estão associados e disciplinados todos os elementos anatômicos; é a ideia da harmonia que resulta do seu concerto, da ordem que reina em suas ações.
Vemos, na evolução do embrião, surgir um simples esboço do ser antes de qualquer organização. Os contornos do corpo e dos órgãos, a princípio, são meros delineamentos, começando pelas construções orgânicas provisórias, que servem de aparelhos funcionais e temporários do feto. Até então, nenhum tecido se distingue. Toda a massa é constituída apenas por células plasmáticas e embrionárias. Mas, nesse esboço vital, está traçado o desenho ideal de um organismo ainda invisível para nós, estando já designados, a cada parte e a cada elemento, seu lugar, sua estrutura, suas propriedades. Onde devem estar vasos sanguíneos, nervos, músculos, ossos, as células embrionárias se transformarão em glóbulos de sangue, em tecidos arterial, venoso, muscular, nervoso e ósseo." (Claude Bernard, apud Gabriel Delanne, "A Reencarnação", ed. FEB, 2006, trad. de Carlos Imbassahy).

A "ideia diretriz" do notável fisiologista nada mais é que o "perispírito" (Kardec) ou "duplo psíquico" (Lombroso), que contem a rota ideal, a trama invisível, a "forma-arquétipo" (Bozzano), o "modelo organizador biológico" (H. G. Andrade). Vejamos o que, a este respeito, diz Bozzano:

"A ideia-diretriz, de Claude Bernard, que regula a origem e a evolução das espécies vegetais, animais e humanas no ambiente terrestre, exterioriza-se numa forma-arquétipo invisível (aos nossos olhos), que precede a criação somática, cujas fases ulteriores de desenvolvimento são igualmente precedidas pelas formas-arquétipo correspondentes e destinadas a servirem de modelo, em torno do qual deverá condensar-se, gradualmente, por lei de afinidade, a matéria viva, que atinge a individualidade vegetal, animal e humana graças à nutrição fisiológica," (Ernesto Bozzano, "Pensamento e Vontade", ed. FEB, 1991).

Voltemos à Gabriel Delanne, na obra já citada:

"Se perguntarmos onde o perispírito pode adquirir suas propriedades funcionais, parece lógico supor que ele as fixou em si, no curso de suas evoluções terrestres, passando, sucessivamente, por toda a fieira da série animal, subindo, durante milhares ou milhões de anos, todos os degraus da escala zoológica, integrando, em sua substância indestrutível, as leis cada vez mais complicadas que lhe permitem animar, automaticamente, organismos cada vez mais complexos, das formas mais simples ao homem. É uma gradação sucessiva e uma evolução contínua.
Pode-se conceber, então, que esse gigantesco progresso evolutivo não é devido a causas exclusivamente externas, mas, primordialmente, ao psiquismo interior, que procura quebrar a ganga da matéria, e faz esforços ininterruptos por amortecê-la e permitir às suas faculdades entrarem em relação cada vez mais íntima com a natureza exterior. A criação dos sentidos, depois a de órgãos cada vez mais aperfeiçoados, seria o resultado de um esforço reiterado, e não o produto de felizes acasos, como querem os materialistas.....
Uma vez que o perispírito possui a faculdade, após a morte, de materializar-se, reconstituindo, integralmente, o organismo físico que aqui possuía, somos levados a supor que, no instante do nascimento, é ele que forma seu invólucro corporal, o qual não passa de uma materialização estável e permanente, enquanto nas sessões experimentais ela é apenas temporária, porque produzida fora das vias normais da geração." (Gabriel Delanne, "A Reencarnação").

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