sexta-feira, 4 de junho de 2010



21)06 Abr 2010
O Que "Sua Voz" Chama de Intuição Supra-Racional (1ª parte)

Os textos de "Sua Voz", que se seguem, para serem bem compreendidos, devem ser lidos com muita atenção e cuidado.

"Escutai-me atentamente: a razão de que vos utilizais é um instrumento que possuís para proverdes aos misteres, às necessidades mais exteriores e imediatas da vida: conservação do indivíduo e da espécie. Quando o lançais no grande oceano do conhecimento, esse instrumento se perde, porque, aí, os sentidos, que muito bem vos servem para os vossos objetivos imediatos, mal atingem a superfície das coisas e essa incapacidade deles para penetrar a essência vós a sentis. A observação e a experimentação, com efeito, somente vos tem dado resultados exteriores, de natureza prática; a realidade profunda, porém, vos escapa, porque a utilização dos sentidos como meios de pesquisa, embora com o auxílio de instrumentos apropriados, vos fará permanecer sempre na superfície, trancando-vos a via do progresso."
"Para avançardes, tendes ainda que despertar, educar, desenvolver uma faculdade mais profunda: a intuição supra-racional. Entram em função aqui elementos para vós completamente novos. Qual cientista pensou jamais que, para compreender um fenômeno, fosse necessária a sua própria purificação moral? Partindo da negação e da dúvida, a ciência ergueu de antemão uma barreira intransponível entre o espírito do observador e o fenômeno; o Eu que observa se mantém, intimamente, estranho sempre ao fenômeno, em que mal toca pela senda estreita dos sentidos. Jamais o cientista abriu sua alma, para que o mistério olhasse de frente o mistério, e se comunicassem e compeendessem. Jamais pensou que lhe fosse preciso amar ao fenômeno, tornar-se o fenômeno oferecido à sua observação, vivê-lo; que precisasse transportar o próprio Eu, com a sua sensibilidade, para o centro do fenômeno, não apenas estabelecendo com ele uma comunhão, mas uma transfusão d'alma."
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"Não vos espanteis com essa incompreensível intuição. Começai por não a negar e ela aparecerá. O grande conceito afirmado pela ciência (se bem que de forma incompleta e com errôneas consequências) : a evolução, não é uma quimera e impulsiona o vosso sistema nervoso para uma sensibilidade cada vez mais apurada, que é o prelúdio da referida intuição. É assim que se manifestará, que surgirá em vós essa psique mais profunda, por efeito da lei natural de evolução, por uma fatal maturação, que está próxima. Deixareis de parte, para os usos da vida prática, aquela outra psique exterior e superficial, que é a razão, porque somente com essa psique interior, que reside nas profundezas do vosso ser, podereis compreender a realidade mais verdadeira, que reside na profundeza das coisas. Esta é a única estrada que leva ao conhecimento do Absoluto. Só entre semelhantes pode haver comunicação, e para apreenderdes o mistério que há no âmago das coisas, é preciso que saibais descer ao mistério que existe dentro de vós."
"Isto não o ignorais de todo; olhais surpresos para muitas coisas que afloram de uma vossa consciência mais profunda sem que lhe possais investigar as origens: instintos, tendências, atrações, repulsões, intuições. Daí nascem irresistíveis todas as maiores afirmações da vossa personalidade. Aí se encontra o vosso Eu verdadeiro e eterno, não o Eu exterior, aquele que mais percebeis, vós que vos achais presos num corpo, aquele que é filho da matéria e que com ela morre. Esse Eu exterior, essa consciência clara, no contínuo giro da vida, se expande e imerge em direção àquela consciência latente, que tende a emregir e a revelar-se. Os dois polos do ser: consciência exterior, clara, superficial e consciência interior, latente, profunda, tendem a fundir-se. A primeira experimenta, assimila e introduz na outra os produtos assimilados através do movimento da vida: destilação de valores, automatismos, que serão os instintos do futuro. Assim, com estas trocas incessantes, a personalidade se expande e a grande finalidade da vida se efetiva. Quando a consciência latente se houver tornado clara e o Eu se conhecer interiormente, terá o homem vencido a morte."
"O estudo das ciências psíquicas é o mais importante dos que hoje podeis fazer. A consciência latente constitui, na realidade, o novo instrumento de pesquisa que deveis desenvolver e que se está naturalmente desenvolvendo. Haveis olhado bastante para fora de vós; resolvei agora o problema de vós mesmos e tereis resolvido os outros problemas. Habituai pouco a pouco o vosso pensamento a seguir esta nova ordem de idéias e, se souberdes transferir para essas camadas profundas o centro da vossa personalidade, sentireis que em vós se revelam sentidos novos, uma percepção anímica, uma faculdade de visão direta, que é a intuição de que vos tenho falado. Purificai-vos moralmente, apurai a sensibilidade do instrumento, que sois, de pesquisa, e então, mas só então, podereis ver."
"Ponham-se de lado os que absolutamente não sentem estas coisas, os não amadurecidos para elas; volvam ao lodo de suas baixas aspirações e não procurem o conhecimento, precioso prêmio que só é concedido àquele que duramente o mereceu." (A Grande Síntese, cap. 2, Intuição).

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