sexta-feira, 4 de junho de 2010

Madame Piper

Eusápia Paladino


36)12 Abr 2010
Duas Grandes Paranormais (ou Médiuns, ou Sensitivas)

Vamos dar a palavra ao ínclito fundador da ciência Metapsíquica (hoje rebatizada com o nome de Parapsicologia), o grande fisiologista francês Prof. Dr. Charles Robert Richet (1850 - 1935), Prêmio Nobel de Medicina em 1913, pela descoberta da anafilaxia e pela divulgação da soroterapia. Citarei alguns trechos do discurso pronunciado por ele na Faculdade de Medicina de Paris, em 24/06/1925. Vejamos o primeiro trecho:

"De todos os fatos conhecidos de paranormalidade de efeitos psicológicos (isto é, não físicos, e que eu chamo de criptestesia, ou sensibilidade oculta), os mais interessantes são os relativos à senhora Eleonora Piper, norteamericana. Ela foi estudada por grandes cientistas e filósofos, por William James, o célebre filósofo americano criador do pragmatismo, por Frederick Myers, o eminente psicólogo de Cambridge, por Sir Oliver Lodge, um dos maiores físicos de nosso tempo, pioneiro da radiotelegrafia e do movimento das ondas eletromagnéticas, pelo Dr. Richard Hodgson, pelo Prof. James Hyslop, dois conceituados psicólogos da América do Norte. Esses homens eminentes estudaram a Sra. Piper, com um cuidado extremo, durante dez anos consecutivos e publicaram, em três grossos volumes, os resultados dos seus prolongados inquéritos. Chegaram todos à certeza absoluta, eu disse absoluta, de que a Sra. Piper nã podia conhecer, pelas vias sensoriais habituais, os fatos que ela narrava.
Diz Sir Oliver Lodge, resumindo-lhe as experiências: "O conhecimento que ela tem das coisas e das pessoas exclui o emprego das vias sensoriais comuns".
Diz William James: "Estou absolutamente convencido, como não importa de que fato pessoal, que a Sra. Piper conhece, durante o transe, coisas de que lhe é impossível ter conhecimento em estado de vigília". E ainda: "Se você quiser destruir a lei de que todos os corvos são pretos, não precisa se esforçar para demonstrar que nem todos os corvos são necessariamente pretos; basta mostrar um único corvo branco: meu único corvo branco é a Sra. Piper".
Diz Frederick Myers: "Os fatos por ela enunciados não poderiam ter sido conhecidos, mesmo por um hábil detetive, e muitos outros fatos não poderiam ter sido indicados senão com despesas de tempo e de dinheiro totalmente inverossímeis".
Quando esses três grandes sábios, depois de atento e prolongado estudo, trazem demonstrações e apresentam conclusões tão precisas, é impossível não ficarmos abalados. Os fatos de criptestesia são, pois, incontestáveis".

Vejamos agora o segundo trecho:

"De todos os paranormais de efeitos físicos, não houve nenhum como Eusapia Paladino, uma napolitana semi-analfabeta, mas que foi uma médium maravilhosa. Afirmo que não houve sensitiva que, como ela, foi submetida a tão severa fiscalização, e por tantos cientistas diferentes. Muitas vezes malévolos até à iniquidade, sempre suspeitosos de uma fraude, sempre escrupulosamente ligados a exploração rigorosa (pés e mãos amarrados, metida dentro de sacos fechados e presos com ligaduras e sinetes próprios, etc.), cientistas do mundo inteiro tomaram parte nessas pesquisas e, por pouco que tivessem nelas expendido algum tempo, chegaram à certeza. E eu os vou mencionar aqui porque esses testemunhos numerosos, provindo de homens probos, esclarecidos e versados na arte da experimentação, têm um valor que fáceis e gratuitas chocarrices não podem destruir.
Na França, o coronel A. de Rochas, diretor da Biblioteca da Escola Politécnica; Camille Flammarion, o célebre astrônomo; Joseph Maxwell, procurador geral da Corte de Apelação de Bordeus; Paul Sabatier, deão da Faculdade de Ciências de Montpellier; Arnaud de Gramont, meu confrade da Academia de Ciências da França, físico eminente; Courtier, secretário geral do Instituto Psicológico; Gabriel Delanne, engenheiro; Boirac, reitor da Academia de Dijon.
Na Itália, vários prefessores de Fisiologia em diversas Universidades: Bottazzi, professor em Nápoles; Foà, professor em Pádua; Herlitzka e Bozzano, professores em Turim; Schiaparelli, o ilustre astrônomo; Brofferio, professor em Milão; Lombroso, professor em Pavia e em Turim; Morselli, professor de Clínica Psiquiátrica em Gênova. Morselli chegou a escrever um grande livro, em dois volumes, consagrado unicamente às experiências feitas com Eusapia.
Na Inglaterra e alhures, sir Oliver Lodge, Myers, Carrington, Ochorowicz, Barão von Notzing, Aksakof.
É duvidoso que se possa encontrar, jamais, um tal feixe de severos e competentes experimentadores.
O fenômeno essencial produzido por Eusapia é o que chamei telecinésia (obs. minha: hoje psicocinésia, para a Parapsicologia), isto é, o movimento de objetos a distância, sem contato. Ora, chegamos a provar que o movimento desses objetos era devido a formações adventícias, por vezes invisíveis, de membros e de mãos aptos a mover tais objetos. Chamei ectoplasmas a essas formações que, desprendendo-se do corpo, têm todas as aparências da vida e desaparecem, recolhendo-se ao corpo do médium, depois de passageira manifestação. Em alguns casos, houve materializações completas de pessoas falecidas, testemunhadas por todos os presentes. Mas não quero insistir sobre este último ponto, porque sei quanto é difícil admití-lo para quem não presenciou o fenômeno, conquanto eu não tenha dúvidas sobre ele. Mas a telecinésia foi, com Eusapia Paladino, um fenômeno indiscutível.

Não quiz, neste artigo, citar fatos porque iria me alongar demais e não cabe a mim fazê-lo. Eles se encontram, em grande número, na literatura especializada nesse assunto. A FEB publicou recentemente (2007) um ótimo livro sobre a vida e obra do grande gênio da Sorbonne, Prof. Dr. Charles Richet, intitulado: CHARLES RICHET, o Apóstolo da Ciência e o Espiritismo, de autoria de Samuel Nunes Magalhães, que recomendo a todos.

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