sexta-feira, 4 de junho de 2010



35)12 Abr 2010
As Dúvidas, Incertezas e Hesitações de Richet

Com a palavra o grande sábio da Sorbonne:

"De todos os experimentos bem realizados de paranormalidade, os mais convincentes foram aqueles efetuados com a médium Sra. Eleonora Piper. Ela foi estudada por notáveis cientistas, por William James, o célebre filósofo americano, por Frederick Myers, o eminente psicólogo de Cambridge, por Sir Oliver Lodge, o famoso físico precursor da radiotelegrafia, pelo Dr. Richard Hodgson, grande psicólogo americano, pelo Prof. James Hyslop, catedrático de Lógica e Ética da Universidade americana de Colúmbia. Esses homens eminentes estudaram a Sra. Piper, com um cuidado extremo, durante dez anos consecutivos, e publicaram, em três grossos volumes, os resultados de seus pacientes e prolongados inquéritos. Chegaram todos à certeza absoluta, eu disse absoluta, de que a Sra. Piper não podia conhecer, pelas vias sensoriais habituais, os inúmeros fatos que ela muitas vezes abordava. Citemos, resumidamente, apenas um exemplo, embora dos mais importantes, ocorridos com essa médium".
"Havia morrido um certo Georges Pelham, e a Sra. Piper, que mal o conhecera, diz, repentinamente, num dos seus transes: -- Eu sou Georges Pelham; tragam meu pai e minha mãe. Depois foi a vez da noiva de Pelham, depois a de seus professores, depois a de diversos parentes, depois a de seus amigos e depois a de seus colegas do liceu. Durante seis meses, Georges Pelham, isto é, a Sra. Piper, conversou com todos aqueles que conheceram Pelham absolutamente tal como se ela fosse Pelham; repetia o mesmo tipo de conversas, ora graves e sérias, ora fúteis e triviais, ora jocosas e simples, ora calorosas e ternas, que cada um deles costumava a ter com Pelham, ao tempo em que Pelham era vivo".(Conferência pública realizada na Sorbonne, em 1925).

"A explicação espírita é muito simples. Quase se poderia dizer que ela se impõe por sua simplicidade. Georges Pelham morreu, mas a sua consciência não desapareceu. Seu eu persiste, sua memória sobrevive e invadiu o pensamento da Sra. Piper de tal maneira que, falando por sua boca ou escrevendo pela mão da Sra. Piper, Georges Pelham reaparece inteiramente, psicologicamente, tendo conservado a lembrança de tudo o que disse, fêz, viu e ouviu durante sua existência terrestre. Não hesito em dizer que esta explicação é a mais simples e que todas as outras se apagam a seu lado; mas quantas objeções formidáveis e , ao meu ver, decisivas podem ser feitas à hipótese dessa sobrevivência. Listemos as principais:
1ª) Memória sem cérebro, o que, para um fisiologista, não faz o menor sentido.
2ª) Futilidade e puerilidade, quer sejam movimentos produzidos pelos espíritos, quer sejam palavras pronunciadas por eles. Nenhuma novidade, nenhuma revelação científica, nada que não seja muito humano.
3ª) Personalidades estranhas e fantasistas como "guias" e outras, pois raramente aparecem os seres queridos que desejaríamos evocar.
4ª) Necessidade de admitir uma sobrevivência para as inteligências dos animais, tão próximas das nossas.
5ª) Impossibilidade de fixar a mentalidade de um desencarnado neste ou naquele momento da sua existência terrestre (será o bebê, a criança, o adolescente, o adulto, ou o velho que se manifesta?)".
"Todas estas razões me fazem hesitar veementemente no momento de aceitar o dogma espírita, tal como foi concebido por Allan Kardec".
"Encontramo-nos aqui diante de um dilema terrível que não receio estabelecer porque ambos os lados desse dilema são igualmente inverossímeis. Ou é Georges Pelham quem se acha presente, sendo, portanto, a sobrevivência dos indivíduos que devemos aceitar, ou não é George Pelham, não havendo senão a Sra. Piper, porém munida de uma tal lucidez que ela conhece tudo o que sucedeu com Pelham, que pensa e fala como ele, tornando-se, praticamente, igual a ele. Em ambos os casos, o inverossímil é formidável. Declaro-me, portanto, incapaz de me pronunciar de maneira definitiva".
"Entretanto, quando se considera a volta de Georges Pelham e quando, pela voz da Sra. Piper, ele conversa, durante muitos meses com uma vintena de antigos conhecidos, absolutamente como se Georges Pelham estivesse presente, so há explicações muito rebuscadas para dar a esses fatos uma outra interpretação que não a da sobrevivência de Pelham". (Estes últimos excertos foram extraídos do livro A Grande Esperança, um dos últimos escritos pelo grande gênio francês).

E agora, digo eu, o que pensar? Quem quiser conhecer a posição final do grande fisiologista acerca desta magna questão, tem que procurar ler o livro "Silva Mello e os seus Mistérios", escrito pelo Dr. Sérgio Valle(ed. da LAKE, 1959); este, no décimo capítulo da sua obra, esclarece definitivamente a questão.

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