domingo, 5 de setembro de 2010

64) O Espiritismo é uma religião? O Grande Mestre da Ciência da Alma responde a um crítico

Ernesto Bozzano


O "primus inter pares" na análise e dissecação dos fenômenos parapsicológicos, Ernesto Bozzano, escreve em sua obra "Metapsíquica Humana", pág. 226, ed. FEB, 1992, trad. de Araújo Franco:

O biólogo anglo-italiano, Dr. William Mackenzie, dirigindo-se a mim pessoalmente, escreve que: "Se os espíritas querem conferir aos fenômenos parapsicológicos foros de religião, deles não poderão esperar mais do que se consegue daquela, isto é, pouco para o sentimento e nada para a Ciência".

Penso ser de não pequena utilidade destruir essa deplorável prevenção, filha de uma observação estranhamente parcial e superficial do movimento espírita, encarado em seu conjunto. Se é verdade que o Espiritismo seja tomado num sentido religioso por uma multidão, aliás muito respeitável, de almas simples, não quer dizer isso que ele seja religioso, mas tão somente que as conclusões rigorosamente experimentais e, portanto, científicas, a que conduzem as investigações mediúnicas, têm a virtude de reconfortar um grande número de almas atormentadas pela dúvida. Mas os opositores não se deviam esquecer que, culminando sobre essa multidão, em que prevalece o sentimento, existe numerosa coorte de experimentadores exercitados nos métodos científicos, também homens de ciência, em que prevalece a fria razão, e que estes examinaram os fatos com o fim exclusivo de, através da Verdade, chegar à Verdade. Se acabaram por aderir à hipótese espírita, não quer isso dizer que se tenham tornado místicos, senão que se convenceram experimentalmente de que essa hipótese era a única capaz de explicar o conjunto complexo de todos os fenômenos paranormais. E nada mais científico. Nem Crookes, nem Wallace, nem Hare, nem Myers, nem Hodgson, nem Hyslop, nem a Sra. Verrall, nem Lodge, nem Barrett, nem Zöllner, nem Du Prel, nem Aksakof, nem Boutlerow, nem Gibier, nem Geley, nem Schrenck-Notzing, nem Brofferio, nem Flammarion, nem Lombroso, nem o abaixo assinado tinham tendências místicas; ao contrário, quase todos eram dominados por fortes convicções positivistas-materialistas. Foi a eloquência irresistível dos fatos e, sobretudo, a constatação imponente da convergência admirável de todas as provas -- anímicas e espiríticas -- para a demonstração da existência e sobrevivência do espírito humano, que os levaram a concluir definitivamente a favor da hipótese espírita. As conclusões a que chegaram são, pois, rigorosamente científicas, tanto pelo menos como as que embevecem os seus opositores, com a diferença apenas de que estes últimos baseiam as suas induções e as suas deduções em grupos insulados de fatos e nunca sobre a sua totalidade, enquanto aqueles se firmam, e muito solidamente, sobre a totalidade das manifestações paranormais, anímicas e espiríticas. Pela centésima vez repito, pois, que a hipótese espírita é uma hipótese científica e que aqueles que a contestam dão apenas mostra de não haver ainda formado uma ideia clara sobre o problema que pretendem discutir.

Prefaciando a obra "Fenômenos de Transporte", o conceituado espírita brasileiro, já falecido, Deolindo Amorim, escreveu:
"Ernesto Bozzano é ainda, sem a menor dúvida, a maior expressão espírita nos dias que correm". (Edições FEESP, 1995).

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