segunda-feira, 6 de setembro de 2010

67) Algumas grandes obras da ciência espírita (1ª parte)

Alexandre Aksakof













César Lombroso









1) Animismo e Espiritismo, de Alexandre Aksakof (editora da FEB).
Alexandre Aksakof, tido, com muita verdade, como um dos gigantes das ciências psíquicas, reuniu saber, erudição e imparcialidade na monumental obra que originalmente saiu publicada em alemão ("Animismus und Spiritismus", ano de 1890), e que, pelo seu justo valor, se projetou no mundo inteiro, com traduções para o inglês, o espanhol, o francês, o italiano e o russo, constituindo, no entender de certos estudiosos "a obra mais importante e mais completa que se escreveu acerca do Espiritismo, do ponto de vista científico".
Aksakof -- o sábio e incansável pesquisador dos fenômenos psíquicos, pois viajou meio mundo para estudá-los; Conselheiro de Estado de Sua Majestade, o Imperador (Czar) de todas as Rússias, Alexandre III; doutor em filosofia, professor de línguas estrangeiras na Academia Alemã de Leipzig (falava 8 línguas correntemente); fundador e diretor de duas das melhores revistas com que a imprensa espírita já contou: "Psychische Studien", na Alemanha e "Rebus", na Rússia; tradutor de diversas obras estrangeiras para o alemão e o russo, cujo nome se aureolou do respeito e da admiração de todos os chamados metapsiquistas -- respondeu superior e vantajosamente à brochura que o mais famoso filósofo da época, o Dr. Eduardo von Hartmann, escreveu com relação ao Espiritismo, opondo-lhe uma extensa fenomenologia do mediunismo, ilustrada de imensa mole de fatos maravilhosos, recolhidos em todo o mundo, de vários cientistas da época, e da qual bom número é também devido às observações e experiências do próprio autor.
"Animismo e Espiritismo", obra recomendada pelo grande filósofo bávaro, Barão Karl du Prel, como indispensável a qualquer investigador consciencioso, coloca, com uma argumentação incontestável e vitoriosa, as teorias antiespíritas no seu devido lugar, mostrando-lhes o seu exato valor, e guia os primeiros passos da Filosofia no Além, sem sair de considerações rigorosamente positivas. Essa obra, hoje clássica, do Espiritismo oferece, apesar de suas 705 páginas de composição compacta, uma leitura que cativa e prende a atenção do leitor, pela magnitude dos assuntos que nela são tratados.
Em sua autobiografia, o grande mestre da Ciência da Alma e ex-materialista Ernesto Bozzano, nos conta que a leitura da obra de Aksakof foi o seu primeiro passo dado na "estrada de Damasco".
Pode-se ler, também, do mesmo autor, "Um Caso de Desmaterialização Parcial do Corpo da Médium E. d'Esperance" (ed. FEB).

2) A Evolução Anímica, de Gabriel Delanne (FEB e Editora do Conhecimento).
O autor procura demonstrar que é mediante uma evolução ininterrupta, a partir das formas mais rudimentares, até a condição humana, que o princípio inteligente conquista, lentamente, a sua individualidade, elevando-se, começando no reino mineral, atravessando os reinos vegetal e animal, até desabrochar no reino hominal, por uma série imensa de reencarnações, marchando para destinos sempre mais elevados. As formas desaparecem, mas o princípio psíquico que as anima permanece, entesourando em si todos os progressos realizados nesse processo de evolução contínua e de ascensão crescente, do qual não se vislumbra o final.
Os estudiosos da doutrina encontrarão aqui rico material sobre o importantíssimo elemento de ligação entre o corpo e o Espírito: o perispírito (ou duplo psíquico), cuja realidade Delanne procura demonstrar.
No exame das origens e evolução do princípio inteligente (Espírito), é evidenciada a existência de um determinismo divino, numa grandiosa síntese da vida universal. Esta obra ressalta que o Espiritismo faculta a chave daquilo que a ciência humana é impotente para explicar.

3) A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne (FEB e Editora do Conhecimento).
Espíritos se materializam, deixam-se fotografar, moldam braços e mãos perfeitos na parafina líquida; transportam objetos de longe para dentro de salas e caixas fechadas; materializam-se na hora do desencarne e vão ver seus familiares, abrindo portas, tocando campainhas, fazendo-se visíveis e audíveis a ponto de serem tomados por "vivos"; projetam seus corpos perispirituais à distância e se fazem ver e ouvir, como o amigo que o poeta Goethe viu na estrada de sua casa.
Em A Alma é Imortal, reunindo um acervo impressionante desses fatos paranormais, sobretudo materializações e aparições, quer de vivos, quer de mortos, o sábio estudioso Gabriel Delanne relata esses casos extraordinários, analisa-os com raciocínio científico, e conclui: é a verdade se mostrando na sua esplêndida evidência; sim, nós temos uma alma imortal, e as vidas sucessivas são uma realidade incontestável: são fatos, reproduzidos às centenas e milhares, com todo o rigor de cientistas e pesquisadores. Livro fascinante e indispensável àqueles que buscam as evidências da imortalidade, ou desejam enriquecer o conhecimento desses fenômenos que balizaram o início da "era do espírito".

4) Pesquisas Sobre a Mediunidade, de Gabriel Delanne (Editora do Conhecimento).
Esta obra do sábio francês Gabriel Delanne é um precioso documentário da fenomenologia paranormal, constituindo o que se pode chamar de provas irrefutáveis da comunicação com o mundo dos espíritos. Entre dezenas de casos, salientam-se as biografias de Joana d"Arc e de Luis XI, ditadas a uma jovem de apenas 14 anos, a conclusão de um romance do escritor Charles Dickens por um médium semianalfabeto de 15 anos, a revelação dos dois satélites de Marte, dezoito anos antes de sua descoberta, bem como soluções de problemas científicos e apresentação de remédios eficazes. Há casos curiosos e raros, como a psicografia de bebês e de médiuns analfabetos, mensagens em línguas estrangeiras e por código Morse (do espírito de um telegrafista para outro) e de um ex-surdo-mudo por linguagem de sinais; tudo de absoluto desconhecimento dos médiuns.
Mas o criterioso espírito científico de Delanne vai mais além e faz questão de analisar e conceituar separadamente a mediunidade mecânica de outros fenômenos anímicos, como a telepatia, a clarividência, o sonambulismo, a sugestão e a autossugestão. Assim, neutralizando críticas, faz ressaltar de forma lúcida a autenticidade da verdadeira intervenção dos espíritos, compondo um precioso documento para compreender-se as origens do Espiritismo. Esta obra, de quase 600 páginas, é o que se pode dispor de mais valioso para o aprofundamento do entendimento da verdadeira mediunidade.
Ver, ainda, do mesmo autor, "A Reencarnação" (ed. FEB) e "O Fenômeno Espírita" (idem).

5) Hipnotismo e Mediunidade, de Cesare Lombroso (Editora da FEB)
Obs. minha: o título real desta obra deveria ser Hipnotismo e Espiritismo.
Cesare (ou em português, César) Lombroso é considerado o pai da chamada "Antropologia Criminal". Descobriu a causa específica, profilaxia e tratamento da doença conhecida como "pelagra", escreveu diversos trabalhos sobre os delinquentes e a gênese natural do delito, sobre a natureza do homem de gênio, sobre Medicina Legal, disciplinas carcerárias, sobre a natureza da histeria e da epilepsia, sobre o hipnotismo, etc.. Foi médico, criminologista, psiquiatra e antropólogo. Materialista ferrenho, mudou as suas opiniões lentamente nos últimos 18 anos de sua vida, após emprender várias experiências com a médium Eusápia Paladino.
Vejamos os títulos dos capítulos do seu grande e bem documentado livro:

1ª parte -- Hipnotismo: 1- Transposição dos sentidos em histéricos hipnotizados; 2- Tansmissão do pensamento; 3- Premonições por histéricos e epilépticos; 4- Lucidez e profecia nos sonhos. Estudos de Myers. 5- Fenômenos físicos e psíquicos com os hipnotizados; 6- Polarização e despolarização psíquica.

2ª parte -- Espiritismo: 1- Fenômenos espiríticos com Eusápia; 2- Resumo dos fenômenos mediúnicos de Eusápia; 3- Fisiopatologia de Eusápia. Influência e ação dos médiuns. 4- Condições e influência dos médiuns. 5- Médiuns e magos entre os povos primitivos e os selvagens; 6- Limites à influência do médium; 7- Experiências fisiológicas com os médiuns; 8- Materializações e aparições de falecidos; 9- Fotografias transcendentais; 10- Identificação de espíritos; 11- Duplos; 12- Casas assombradas; 13- A crença dos Espíritos dos mortos emtre os selvagens e os bárbaros; 14- Epílogo.

Vejamos o que diz Lombroso sobre a Telepatia como explicação para os fenômenos espíritas:
"Tentam-se várias explicações para evitar a da influência dos mortos: por exemplo, a de que o médium extrai do cérebro dos presentes as informações verídicas que fornece sobre as pessoas falecidas. Eu compreendo a telepatia no caso, por exemplo, de Stainton Moses, que teve a aparição de um amigo, o qual, antes de adormecer, fixou vivamente o pensamento nele.
Porém, conforme nota James Hyslop, a sucessão de vários Espíritos comunicantes, 5, 6, 10 vezes, com personalidades distintas e caracteres bem nítidos, inteiramente diferentes uns dos outros, não se pode explicar pela telepatia. E viu-se com a médium, Sra. Piper, que os Espíritos comunicantes que, em vida, não conheceram o Dr. Hodgson, sabiam assinalar esse fato, coisa igualmente inexplicável pela telepatia. E os próprios erros das comunicações excluem a telepatia, enquanto, ao contrário, eles bem se explicam pela dificuldade que têm esses seres, chegados a uma nova forma de existência, para transmitir seu pensamento através de um cérebro que lhes é estranho".
"Se, repito, as comunicações mediúnicas viessem da telepatia, se todas fossem telepáticas, por que tantas confusas e falsas? Por que, a não ser em casos especiais, raramente aparecem aqueles seres que os assistentes desejam contactar, e nos quais pensam tão vivamente? E como, assim, com frequência, perdiam as noções do tempo e dos nomes (ver capítulos anteriores), enquanto entre os vivos permanecem tão intensos e precisos? E como pode a telepatia explicar as comunicações de espíritos desconhecidos do médium e de todos os presentes, ou, quando é conhecido de algum dos presentes, cita fato ou fatos de todos desconhecidos? Nem a telepatia pode revelar fatos que acontecerão no futuro, como quando a Srta. Curtis, por exemplo (ver o livro Phantasmas of the Living), sonha ver certa mulher passar a seu lado, depois de encontrá-la estendida na rua, enquanto, entre os presentes, uns diziam que estava viva e outros morta. Tratava-se da Sra. C., sua amiga, de quem, havia tempo, não tinha notícias. Na manhã seguinte, a Sra. C. caía na rua, ferindo-se. Como poderia a telepatia transmitir o que ainda não havia aontecido?".
"Alguns críticos apelam para a ação do inconsciente do médium. Mas inconsciente não é sinônimo de inexistente; o estado de inconsciência pode revelar e reunir, numa síntese fecunda, ideias e fatos mais ou menos esquecidos, mas não pode suscitar o que nunca se soube."

No fim do livro, seu competente tradutor, Almerindo Martins de Castro, relembra as palavrras que constam do prefácio do próprio Lombroso: "Mas se cada um desses fenômenos nos pode ser ou parecer incerto, o conjunto de todos forma um compacto mosaico de provas, resistentes aos ataques da mais severa dúvida".

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