quarta-feira, 2 de agosto de 2017

115) Acerca dos fenômenos premonitórios

  O filósofo italiano Ernesto Bozzano escreveu a mais completa e documentada obra sobre os fenômenos premonitórios (ou precognitivos). São 3 categorias, divididas, cada uma, em vários subgrupos, constituindo um volume de 469 páginas, e 162 casos ( "Fenômenos Premonitórios", 2ª ed., Edições CELD, 2002).  
     
     Vejamos-lhe a sinopse:   

1ª categoria: Autopremonições de doença ou de morte

Subgrupo A: Autopremonições de doença (1 caso)

Subgrupo B: Autopremonições de morte a curto prazo, em que a morte se deve a causas naturais (casos 2 a 7)

Subgrupo C: Autopremonições de morte a longo prazo, em que a morte se deve a causas naturais (casos 8 a 12)

Subgrupo D: Autopremonições de morte, em que a morte se deve a causas acidentais (casos 13 a 19)

2ª categoria: Premonições de doenças ou de mortes que se referem a terceiros

Subgrupo E: Premonições de doenças de terceiros (caso 20)

Subgrupo F: Premonições de morte de terceiros a curto prazo, em que a morte se deve a causas naturais (casos 21 a 45)

Subgrupo G: Premonições de morte de terceiros a longo prazo, em que a morte se deve a causas naturais (casos 46 a 57)

Subgrupo H: Premonições de morte de terceiros a curto prazo, em que a morte se deve a causas acidentais (casos 58 a 70)

Subgrupo I: Premonições de morte de terceiros a longo prazo, em que a morte se deve a causas acidentais (casos 71 a 77)

Subgrupo J: Premonições de morte produzindo-se tradicionalmente numa mesma família (casos 78 a 81)

3ª categoria: Premonições de acontecimentos diversos

Subgrupo K: Premonições de acontecimentos importantes que não implicam em morte (casos 82 a 111)

Subgrupo L: Premonições de incidentes insignificantes e praticamente inúteis (casos 112 a 125)

Subgrupo M: Premonições meteorológicas e sísmicas (casos 126 a 133)

Subgrupo N: Premonições que salvam (casos 134 a 159)

Subgrupo O: Premonições que determinam o acidente possível (casos 160, 161 e 162)

Vejamos a conclusão do filósofo italiano em seu trabalho:

     Para esgotar nosso tema, só resta encará-lo pelo ponto de vista do positivismo científico, o qual, não admitindo a existência de um espírito que sobrevive à morte do corpo, todo fenômeno premonitório deve, necessariamente, ter sua origem na subconsciência humana. Adotando momentaneamente a tese em questão, começaremos por nos perguntar a que hipótese devemos recorrer para explicar o conjunto, ou mesmo, a maior parte da casuística premonitória.

     Não, certamente, à hipótese das "coincidências fortuitas", com a qual não se chegaria a esclarecer nada, além de alguns raros casos, entre os mais simples e menos interessantes.
     
     Não, certamente, à hipótese de uma "percepção telepática nas subconsciências humanas", porque isto equivaleria a admitir que nelas existiriam traços de acontecimentos futuros, portanto, que esses acontecimentos estariam, de alguma forma, preordenados, o que nos levaria à hipótese reencarnacionista, a qual implicaria na preexistência e sobrevivência do espírito.
     
     Não, certamente, à hipótese de uma "percepção telepática de traços que existiriam no plano astral", já que assim se suporia a existência de uma fatalidade relativa, a qual, a seu turno, implicaria na existência de entidades espirituais prepostas ao governo dos destinos humanos, o que não deixaria de acarretar uma finalidade ultraterrestre.  
     
     Não, certamente, a uma variante da hipótese precedente, segundo a qual os "traços" em questão existiriam no pensamento de Inteligências espirituais que dirigem o curso dos acontecimentos humanos, pensamento que os sensitivos captariam telepaticamente; esta variante subentederia igualmente a concepção espiritualista e a sobrevivência. (...)

     Os partidários do positivismo científico não dispõem, portanto, de nenhuma hipótese capaz de explicar, integralmente ou em parte, a casuística premonitória; isto significa que, negando a existência de um espírito sobrevivente à morte do corpo, estão reduzidos à impossibilidade absoluta de lhe penetrar a origem.   
     Tais as conclusões, rigorosamente lógicas, às quais chegamos através da análise comparada dos fatos. Cabe aos defensores do positivismo provar-me que estou enganado. E desejo que algum dentre eles, no interesse supremo da verdade, dedique-se à prova; neste caso, ficarei feliz em discutir a questão. Não vejo a hora, todavia, de ver meus votos satisfeitos, pois a situação do positivismo materialista, diante da casuística premonitória, pode ser considerada francamente má.

Obs. minha: Nos subgrupos D, H, I e M, há alguns casos que caem sob a rubrica "premonições e autopremonições de morte acidental cujas vítimas não se salvam por tácito ou expresso consentimento da causa operante", que será melhor abordada pelo filósofo italiano no próximo artigo (nº 116, ítem 4). 

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