quinta-feira, 13 de julho de 2017

114) Níveis de contato da consciência humana com o mundo psíquico (ou espiritual)

A numeração abaixo indica visualização de níveis ascendentes de consciência humana no mundo psíquico: da experiência cotidiana ou sensorial (1), até o elevado nível da experiência mística do amor integral (6), passando por níveis intermediários (2, 3, 4 e 5). Para formular esses níveis, vali-me, modestamente, de leituras e adaptações dos seguintes livros: "Fenômenos de Bilocação", "Animismo ou Espiritismo?, "Visão Panorâmica ou Memória Sintética na Iminência da Morte" (Ernesto Bozzano), "Experiências Fora do Corpo" (Susan Blackmore), "Vida Depois da Vida" (Raymond Moody Jr.), "A Morte: um Amanhecer" (Elisabeth Kübler-Ross), "De Newton à Percepção Extra-Sensorial", "O Médium, O Místico e o Físico" (Lawrence LeShan), "A Grande Síntese" e "Ascese Mística" (Pietro Ubaldi), "Vida Sem Morte?" (Nils Jacobson), "O Fim do Materialismo" (Charles Tart).

(Para quem não é versado na ciência da Parapsicologia, observo que o termo PSI, no jargão parapsicológico, refere-se aos fenômenos paranormais denominados telepatia, clarividência, precognição, psicocinese, este último indicando deslocamento de objetos sem contato direto, e cura paranormal). 

1) Experiência Sensorial (percepção exterior, atividade racional permanente, análise fenomênica).

2) Experiências PSI e Mediúnicas.

3) Experiências Fora do Corpo (EFC) e Experiências de Quase Morte (EQM).

4) Experiências de Alta Mediunidade (inspiração, captação de "ondas psíquicas" ou correntes de pensamentos supranormais).

5) Experiência Mística do Conhecimento (percepção interior, intuição supra-racional instantânea, síntese global).

6) Experiência Mìstica do Amor Integral (amor pleno, sentimento de identificação em Deus).

Considerações gerais:

1) Nível que representa a experiência da quase totalidade da humanidade, e aquele em que atua a própria ciência, lançando mão de métodos exteriores de pesquisa (ainda que com auxílio de instrumentos apropriados), da razão e da análise, e chegando, no máximo, a sínteses muito parciais de determinados ramos do conhecimento.

2) Nível que assinala o primeiro passo na rota do paranormal, do mundo psíquico.

3) As EFC são experiências em que a consciência se transporta para fora do corpo, vendo então o próprio corpo adormecido, podendo, em alguns casos, perambular por outros lugares, e, ao retornar ao corpo, mantém a lembrança de tudo que viu e ouviu durante o seu "desdobramento psíquico", também chamado "projeção astral"; as EQM são experiências de pessoas que estiveram à beira da morte, passaram por fenômenos de ordem supranormal (ou espiritual), mas conseguiram sobreviver, guardando a lembrança do que lhes aconteceu durante a experiência em apreço. Quase sempre, os que passaram por tais experiências relatam que sentiram uma indefinível sensação de paz interior, e adquiriram a certeza da existência do espírito humano e de sua independência em relação ao corpo físico. 

4) Nível onde o sensitivo, por inspiração (mediunidade inspirada), é capaz de captar e traduzir ondas de pensamento emitidas por entidades espirituais muito elevadas, sem cair em "transe", permanecendo, na maioria das vezes, passivo, mas consciente; as comunicações de tais entidades chegam a nós através de "ondas psíquicas" ou correntes de pensamento, que podem ser captadas por medianeiros de extrema sensibilidade.

5) Nível de conhecimento em que o sensitivo consegue atingir a fase ativa de intuição supra-racional (percepção interior instantânea, não mais razão), e logra chegar a uma síntese evolutiva global do todo (não mais análise fenomênica, sujeita apenas a sínteses muito parciais, como já foi dito); por outro lado, essa visão sintética global não permite a percepção de minúcias, de pormenores, que só a razão e a análise (isto é, o método científico, que trabalha em contato direto com os fenômenos) consegue fornecer. No futuro, uma humanidade mais evoluída que a atual, deixará de parte o método exterior-racional-analítico-científico, para se concentrar no método interior-intuitivo-sintético-místico. 

6) Nível da Experiência Mística do Amor Integral (que alguns autores chamam de Experiência Místico-Cósmica), uma explosão amorosa, em que a consciência do ser não se sente mais separada, porém integrada ao gigantesco mecanismo da criação, percebe a palpitação da vida e da consciência em todas as criaturas irmãs, com as quais se sente unificada, e tem o sentimento da proximidade, e mesmo de identificação, com a Consciência Cósmica Universal, isto é, Deus. (Creio que este nível é aquele que certos escritores chamam de verdadeiro e próprio "êxtase místico", não súbito ou induzido por drogas, mas provocado pela vontade, que só pouquíssimos indivíduos, dotados de grande iluminação interior, conseguem atingir). 

Notas: 
A) Há um tipo de experiência mística, que se poderia chamar de "vislumbre místico transitório", o qual ocorre de forma espontânea e inesperada, uma única vez na vida (com raríssimas exceções), em indivíduos comuns, que pode guardar semelhanças com a verdadeira experiência místico-cósmica ou do amor integral, mas dela difere porque esta só ocorre em pessoas de grande pureza moral, é provocada e controlada pela sua vontade consciente, além de ser uma comunhão com o divino muito mais duradoura, íntima e profunda do que o "vislumbre místico transitório". Parece-me que este é uma variante das EFC. Seja como for, a passagem de uma pessoa por uma EFC, EQM, ou vislumbre místico, produz mudanças em sua vida, tornando-a, geralmente, mais espiritualizada, e menos apegada a aspectos materiais, conforme mostra a maioria dos relatos obtidos a esse respeito. 

B) Acerca do fenômeno místico, que não é demonstrável cientificamente, porque constitui uma experiência pessoal e intransferível da pessoa que o vivencia, podem-se consultar, para melhor entendimento, os livros "Vida Sem Morte?" (cap. 17), "A Grande Síntese" (caps. 2, 4 e 37) e "Ascese Mística" (caps. 10 e 11).

C) Lembro que tudo isto constitui apenas um ensaio, uma tentativa de abordar o tema em epígrafe, bastante complexo, sujeito, portanto, a falhas, correções e aprimoramentos. Adaptando uma frase do grande físico-matemático, Sir Isaac Newton, Pai da Física Clássica, "somos quais crianças, brincando na areia do mar, que se deleitam por encontrar, aqui e ali, uma pedra mais lisa ou uma concha mais bonita que as demais, enquanto o grande oceano da verdade jaz, indevassável, à nossa frente".  

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