sexta-feira, 23 de agosto de 2013

89) Em que consiste o chamado "êxtase místico"

     Em nossa modesta opinião, o chamado êxtase místico (ou experiência mística) é tão real quanto o fenômeno mediúnico (Kardec abordou-o de passagem, quando discreteou sobre os médiuns inspirados, com o qual, realmente, ele se identifica em muitos pontos).
     Passaram por êxtases místicos todos os grandes líderes religiosos e santos que trouxeram relevantes contribuições morais e espirituais em favor da humanidade, inclusive o Cristo. Em que consiste o fenômeno? Quando um ser há trabalhado muito o seu "eu" interior, através de um processo de ascese ou purificação, por pensamento, atos e palavras, renúncia a todo tipo de bens materiais, abstenção de toda alimentação imprópria a um circuito orgânico mais evoluído, neste caso, ele pode chegar a um nível de evolução moral e espiritual que lhe permita vibrar em uníssono com as altas esferas espirituais, fora das dimensões de espaço e tempo, onde habitam seres tão elevados que não mais possuem forma e nem corpo, quase como um "eu" coletivo, captar-lhes e lhes traduzir o pensamento, e participar, em ponto pequeno, com eles, de uma visão cósmica universal. Este é a autêntica experiência mística (ou êxtase místico).

     Para completar o assunto, julgo que há duas vias para se chegar ao conhecimento da verdade:
A) A via científica, ou exterior, ou racional, ou de análise;
B) A via mística, ou interior, ou intuitiva, ou de síntese.
     Consideremos um terreno infinitamente amplo e totalmente irregular, cujo solo seja composto de um grande número de diferentes materiais.
     Os cientistas trabalham no chão, em contato direto com ele podem analisar de que elementos são feitos esses materiais; infelizmente, como trabalham junto ao chão, são incapazes de descobrir a forma do terreno como um todo, enormemente irregular, como disse no princípio. Falta portanto a eles uma visão global, de síntese. 
     Os místicos têm uma visão do alto, de síntese, e conseguem divisar perfeitamente a forma global do terreno, visão esta que falta aos cientistas. Por outro lado, falta aos místicos a visão detalhista, de minúcias, e, por não trabalharem diretamente no solo, não podem dizer, em geral, de que materiais são feitos os elementos do solo.
     Por isso, podemos dizer que as duas visões se completam. Generalizando, falta aos cientistas uma visão geral, global, que os oriente em suas pesquisas; falta aos místicos uma visão detalhista que complete a sua visão sintética, global.
     Por outro lado, se considerarmos que o nosso é um mundo emborcado, negativo e transitório (artigos 1 a 7 deste blog), destinado, ao longo do tempo, a recuperar sua positividade, pureza e perfeição originais, concluiremos que, a partir de sua evolução e espiritualização progressivas, a senda mística acabará superando gradativamente a outra.
     

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