sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

104) Como surgiu a palavra "telepatia" e quem foi o seu criador?

Charles Richet
     
Frederic Myers

Camille Flammarion
     












     O vocábulo "telepatia" significa, é certo, transmissão de pensamentos. Contudo, talvez poucas pessoas saibam que é muito mais frequente a ocorrência de fenômenos telepáticos sob a forma de transmissão ou projeção de imagens do que sob a forma de transmissão de palavras ou frases.     
     Demos a palavra ao professor, médico e fisiologista francês (Prêmio Nobel de Medicina) Charles Richet, fundador da Metapsíquica, em sua conferência de despedida na Cátedra da Sorbonne, por ter atingido o limite de idade. 
     Diz ele: (farei alguns adendos para esclarecer melhor a exposição do mestre).     

     "Pode-se resumir toda a Metapsíquica subjetiva em uma proposição muito simples que não é, de todo, uma teoria. É unicamente a exposição de um fato que me parece evidente e que formularei assim: há, para o conhecimento da realidade, outras vias além das vias sensoriais comuns. Por outras palavras, a inteligência pode conhecer um fragmento da realidade quando nem a vista normal, nem o ouvido, nem o tato, puderam revelar-lhe".     
     "Para chegar a essa verificação existem as observações e os experimentos. Falarei, primeiro, das observações".     
     "Elas são inumeráveis. Foram recolhidas, com cuidado extremo, por meus sábios amigos da Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres, Gurney, Myers e Podmore, que publicaram um belo livro em 1886 -- Phantasmas of the Living -- com 770 páginas e 702 casos. Trata-se, as mais das vezes, do que se pode chamar uma alucinação verídica, porque há concordância entre ela e um acontecimento exterior que nada faria prever".     
      "Em quantos casos bem autenticados indivíduos viram aparecer a imagem de outra pessoa, amiga ou parente, que, nesse exato instante, falecia ! Não podendo apresentar, nesta sucinta exposição, mais que um miserável resumo, citarei apenas dois fatos".     

     "Smith, empregado bancário em Londres, entra em casa e, depois do jantar, conversa tranquilamente com sua esposa. De repente, pergunta: -- Que horas são? -- Oito e quarenta e cinco -- É, pois, à 8 e 45 que Fred morre; acabo de vê-lo. Com efeito, nesse momento preciso morria Fred, que não estava doente".     

     "O Sr. Wingfield, na Índia, achava-se acordado num iate, quando vê aparecer, na cabine, o irmão, pálido e triste. Espantado, vai para outra cabine e escreve em seu caderno de notas as iniciais do irmão, com estas palavras: God forbid (Deus nos livre). Ele anota a data e a hora da aparição. À mesma hora e no mesmo dia, na Inglaterra, morria seu irmão, William Baker, por motivo da queda de um cavalo".     

     "Paro aqui: poderia citar mais de cem casos análogos, igualmente probantes. Nem o erro, nem a fraude, nem o acaso, bastariam para explicá-los".     
     "Frederic Myers deu a essas alucinações verídicas, isto é, tendo alguma relação com a realidade, e verificadas em condições irrepreensíveis, o nome de telepatia. Ele supôs que as vibrações cerebrais do indivíduo A, geralmente prestes a morrer, se propagam por ondas esféricas circulares, e são captadas pelo cérebro do indivíduo B, ligado a A por laços de parentesco ou amizade, sob a forma de uma imagem de A (A seria o agente e B o percipiente). Na Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres adotou-se rapidamente essa opinião, e a teoria da telepatia presto se vulgarizou".

Obs. minha: "O pensamento produtor de imagens", é como o astrônomo Camille Flammarion designou os fenômenos acima, também conhecidos como aparições telepáticas de moribundos, porque na maior parte dos casos (embora não em todos) são moribundos os responsáveis pelos fenômenos. Os fenômenos de transmissão telepática de imagens, como disse antes, são muito mais frequentes do que os de transmissão de palavras ou frases. Recomendo o livro "O Desconhecido e os Fenômenos Psíquicos" (ed. FEB, 555 páginas), do astrônomo francês, onde esses e outros fenômenos (visão à distância sem o auxílio dos olhos, e previsão do futuro) são citados às centenas. Pode-se consultar também, do mesmo autor, "A Morte e o Seu Mistério", em 3 volumes ("Antes da morte", "À Volta da Morte", e "Depois da Morte").

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