terça-feira, 1 de outubro de 2013

97) Sir William Barrett, o físico inglês, e seus experimentos psíquicos

Sir William Barrett
     
     Sir William Fletcher Barrett (1844-1925) foi um físico experimental inglês nascido em Kingston, Jamaica (então uma colônia britânica) e falecido em Melbourne, Austrália.
     Barrett mudou para Londres durante sua juventude e foi educado em Old Trafford Grammar School. Estudou Química e Física no Royal College of Chemistry em Londres, depois tornou-se o assistente de John Tyndall na Royal Institution (1862-67), em seguida, mestre de Física na Real Escola de Arquitetura Naval (1867-73), para finalmente, em 1873, ocupar o cargo de professor de Física Experimental do Royal College of Science em Dublin, República da Irlanda, onde permaneceu por 37 anos, aposentando-se em 1910. 
     Ele foi eleito membro da Royal Society of London em 1899, e também da Royal Society of Edinburgh, da Royal Dublin Society e do Instituto de Engenheiros Elétricos da Irlanda. Em 1912, por suas contribuições científicas, foi agraciado com o título de Cavaleiro do Reino Unido, sendo-lhe conferido o título de "Sir".
     Na qualidade de físico experimental, descobriu uma liga de ferro-silício que ficou conhecida como "Stalloy" (ou "Permaloy"), muito utilizada em engenharia elétrica, no desenvolvimento comercial do telefone e dos transformadores, e também realizou uma série de experimentos sobre as chamas sensíveis e seus empregos em demonstrações acústicas (chamas afetadas por sons de frequências elevadas). Durante suas pesquisas sobre os metais e suas propriedades, descobriu o encurtamento do níquel sob forte magnetização em 1882.
     Em seus últimos anos, Sir William Barrett desenvolveu catarata, e começou a estudar oftalmologia através de uma série de experimentos destinados a localizar e analisar agentes causadores de moléstias no interior dos olhos. O resultado dessas experiências foi o desenvolvimento do que ficou conhecido como Ortóptica, e a construção, por Barrett, de um novo optômetro ótico.

     Sir William Fletcher Barrett (10 de fevereiro de 1844 - 26 de maio 1925) foi um dos pioneiros da pesquisa psíquica. Foi idéia de Barrett formar a Sociedade de Pesquisas Psíquicas (SPR), em Londres, em 1882. No entanto, como Barrett estava vivendo em Dublin, na Irlanda, no momento, ele não foi capaz de tomar parte ativa na organização da sociedade. Ele estimulou três estudiosos de Cambridge, seus amigos Henry Sidgwick , Frederic W. H. Myers e Edmund Gurney, a fundarem a sociedade. Barrett também incentivou seu amigo, o filósofo e professor norteamericano William James , de Harvard, a organizar o ramo americano da SPR em 1884. Editou o Jornal SPR 1884-99 e serviu como presidente da entidade em 1904.
     Como pesquisador dos fenômenos chamados paranormais, Barrett era de um rigor extremo, draconiano. Nos anos setenta do século dezenove, havia em Londres um certo Dr. Monck, que produzia fenômenos aparentemente mediúnicos, mas que eram sujeitos a dúvidas: dos que presenciaram seus fenômenos, uns diziam que eram reais, outros afirmavam que, muitas vezes, ele usava de truques, quando claudicavam as suas faculdades mediúnicas. Em 1876, foi à Irlanda e Sir William Barrett resolveu verificar se as faculdades mediúnicas de Monck eram reais ou não, e foi observá-lo. Eis suas conclusões:
 
     Apanhei o "doutor" numa fraude grosseira; um pedaço de musselina branca numa instalação de arame, ligada a um parafuso preto, sendo empregada pelo "médium" para simular a materialização parcial. (Apud Sir Arthur Conan Doyle, "História do Espiritismo", Editora O Pensamento, 1960, pág. 255).
     Sir Conan Doyle (o genial criador do detetive Sherlock Holmes) afirma, por sua vez: Tal desmascaramento, vindo de fonte tão segura, produz um sentimento de mal estar, que nos induz a abandonar toda evidência a respeito dele na cesta de lixo.
     
     Sir William Barrett escreveu várias obras sobre temas relacionados, tanto à Física, quanto ao "modern spiritualism". No que se refere a este, a mais importante é "On the Threshold of the Unseen", traduzida para a língua portuguesa por Isidoro Duarte Santos, e publicada, em 1947, pela Estudos Psíquicos Editora, de Lisboa, Portugal, sob o título "Nos Umbrais do Além", obra raríssima hoje em dia. Para mostrar a convicção de Barrett, extrairei alguns trechos dessa importante e documentada obra:
 
      
     Estou absolutamente convencido de que a ciência psíquica provou experimentalmente a existência de uma entidade transcendente e imaterial, chamada alma ou espírito humano. Além disso, estabeleceu também a existência de um mundo espiritual invisível de seres vivos e inteligentes que podem comunicar-se conosco, quando se apresenta ocasião favorável. E digo mais; que apesar de muitas ilusões, de simulações e outros erros, existem numerosas provas favoráveis à sobrevivência do homem depois da morte e dissolução do corpo e do cérebro. (Sir William Barrett, "Nos Umbrais do Além", págs. 14 e 15).
     As minhas conclusões não provêm de exame rápido e superficial. Há mais de quarenta anos que estudo os fenômenos ditos paranormais com toda independência e desinteresse. (Obra citada, pág. 21)
     Ninguém, dos que ridicularizam o Espiritismo, lhe dispensou qualquer atenção refletida e paciente. Afirmo até que todos aqueles que dedicarem, ao seu estudo prudente e imparcial, tantos dias ou mesmo tantas horas quanto de anos alguns de nós lhe tem dedicado, se verão obrigados a mudar de opinião. (Obra citada, pág. 28).
     Como se compreende, pois, que as negações sistemáticas dos que nada viram, nada experimentaram, dos ignorantes e sectários, tenham tido mais valor para a ciência do que as afirmações dos ilustres testemunhos que temos enumerado? (Ob. cit., pág. 45).
     É tempo de abandonar discussões fastidiosas e de expor os testemunhos pessoais que me convenceram da objetividade destes fenômenos. Aos que não fizeram experiências semelhantes, é quase impossível dar ideia da influência e da acumulação de provas que nos levaram à convicção. (Ob. cit., pág. 55).

     E em outra obra:
     É evidente a existência de um mundo espiritual, a sobrevivência depois da morte e a comunicação ocasional dos que morreram. (W. Barrett, "Some Reminiscences of Fifty Years of Psychical Research, apud Miguel Timponi, "A Psicografia Ante os Tribunais, ed. Feb, págs. 98 e 99).
     Citarei apenas duas fontes onde hauri dados biográficos sobre Sir William Barrett:  http://en.wikipedia.org/wiki/William_Fletcher_Barrett  
http://redpill.dailygrail.com/wiki/William_Barrett


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