sexta-feira, 14 de abril de 2017

112) Exemplos de fenômenos paranormais anímicos (continuação do artigo anterior)

     Este artigo é uma sequência do anterior, em que procuro fornecer, pelo menos um exemplo (um, entre milhares) de cada um dos fenômenos paranormais, que Aksakof chamou anímicos (telepatia, clarividência e, eventualmente, precognição). Em nossa língua podem ser encontrados, às centenas, no "Tratado de Metapsíquica", de Charles Richet, em "O Desconhecido e os Problemas Psíquicos" e "A Morte e o Seu Mistério", estes de Camille Flammarion, além de em muitos outros autores. Poucas disciplinas científicas encontram o seu respaldo nos trabalhos de cientistas, filósofos e intelectuais de países tão distintos como: Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Alemanha, Rússia, Polônia, Suíça, etc.. Citemos, mais uma vez, uma lista desses pensadores:
     
     Robert Hare, James J. Mapes, Enrico Morselli, Cesar de Vesme, Augustus de Margan, William Crookes, Cromwell Varley, Charles Richet, Oliver Lodge, William James, Richard Hodgson, James Hyslop, Russel Wallace, Filippo Bottazzi, Albert de Rochas, Alexander Aksakof, Alexander Butlerov, Friedrich Zöllner, Carl du Prel, Schrenck-Notzing, Elliott Coues, Dale Owen, Epes Sargent, Frederic Myers, Edmond Gurney, Frank Podmore, Henry Sidgwick, William Barrett, Dennis Bradley, W. J. Crawford, Arthur Findlay, Charles Tweedale, Conan Doyle, Stanley de Brath, Camille Flammarion, Paul Gibier, Gustave Geley, Eugène Osty, Alfredo Erny, Eugène Nus, Victorien Sardou, Émile Boirac, André Pezzani, Raoul Montandon, W. F. Neech, Walter Wynn, Hinrich Olhaver, Nandor Fodor, Joseph Maxwell, César Lombroso, Ernesto Bozzano, Julian Ochorowicz, Théodore Flournoy, René Sudre, Hans Driesch, etc.. 

     A maioria desses pensadores, antes cética, convenceu-se, através dos fatos, da existência e sobrevivência do espírito humano, com exceção de Morselli, Podmore, Osty, Flournoy e Sudre, os quais, embora aceitando a veracidade da fenomenologia parapsicológica, tudo atribuíam aos poderes paranormais da mente. Outros também chancelaram a fenomenologia, mas nunca se definiram claramente, pró ou contra a sobrevivência, como William James, Bottazzi, Sidgwick e Ochorowicz. Quanto ao grande Charles Richet (fundador da Metapsíquica e Prêmio Nobel de Medicina, falecido em 1935), aproximou-se gradualmente da verdade espiritualista, como se depreende pela leitura dos seus livros: "La Grande Esperance", 1933 ("A Grande Esperança", trad.), "Au Seuil du Mystère", 1934 ("No Limiar do Mistério", trad.) e "Au Secours!", 1935 ("Socorro!", sem trad.). É sabida a sua aceitação final da sobrevivência, como se pode constatar pela última carta enviada a seu amigo Ernesto Bozzano, precedida pela palavra confidencial, e publicada após sua morte pelo filósofo italiano. 
     Apenas a título de ilustração, nomearei um único e solitário caso de cada tipo de fenômeno citado no artigo anterior, hauridos nos trabalhos de Richet, "A Grande Esperança", e em seu discurso de despedida da cátedra da Sorbonne (advirto que estes casos estão muito resumidos, e podem ser lidos, com muito mais desenvolvimento e detalhes, no "Tratado de Metapsíquica", e nos livros já citados de Flammarion).  

Telepatia
     No camarote do seu iate, na Índia, o Sr. Frederic Wingfield Baker, ao se deitar, divisa distintamente seu irmão, Richard Wingfield Baker, sentado numa cadeira em frente, pálido e triste. Mas seu irmão inclina a cabeça, sem responder ao seu nome. Era cerca de meia noite. Essa visão foi tão nítida e angustiante que F. W. B. se levantou e saiu do camarote. Escreveu então em sua agenda: "Aparição. Noite de quinta-feira, 20 de março, Richard Wingfield Baker. Deus não o permita".
     Três dias depois, F. W. Baker recebe a notícia de que seu irmão, R. W. Baker, morrera, quinta-feira, dia 20 de março, às 20h30min, na Inglaterra, em seguida a terríveis ferimentos ocasionados por uma queda de cavalo, durante uma caçada. 

Clarividência
     Stephan Ossowietsky não é médium, é um fidalgo polonês, um engenheiro. Tem o poder de ler cartas fechadas, num invólucro absolutamente opaco. Ainda que não goste de demonstrar publicamente esse seu dom, a mim, a Geley e a outros tem dado provas de sua espantosa clarividência.
     Antes de eu partir de Paris para Varsóvia pedi à minha amiga, Sra. de Noailles que escrevesse diferentes frases em três envelopes, cuidadosamente lacrados, cujo conteúdo eu ignoro totalmente. Em Varsóvia, Stephan tomou um, ao acaso, de minhas mãos, e declarou: vou ler este. Depois de haver palpado o envelope entre suas mãos, disse: "É alguma coisa da natureza, dir-se-ia um grande poeta francês. Edmond Rostand. Há muita luz e à noite: são versos do Chantecler ditos pelo Galo".
     Ora, a Sra. de Noailles escrevera: "A noite é que é belo saber que existe a luz. Edmond Rostand. Estes versos do Chantecler são ditos pelo Galo". 

Precognição
     Na Sicília, o cavaleiro Giovanni de Figueroa, presidente do Clube de Esgrima de Palermo, sonha que chega diante de uma pequena casa. Há ali um homem com um grande chapéu preto que o recebe, o faz subir a um quarto por uma escada tortuosa, tendo batido com a mão na garupa de um animal que lhe impedia a passagem. No alto da escada havia um aposento tapetado de milho e cebolas, com uma grande cama de forma bizarra, e três mulheres, sendo uma jovem, outra velha e uma criança. Narrou o seu sonho, muito vivaz, à sua senhora e a outros amigos do Clube de Palermo.
     Alguns meses depois, é chamado como testemunha, para uma questão de honra, e o carro que o conduz, com seus acompanhantes, leva-o a uma aldeia do interior, que nem de nome conhece. Repentinamente, revê todos os pormenores do sonho: a casinha, um homem com um grande chapéu preto que o faz subir por uma tortuosa escada, depois de bater na anca da mula que lhe impedia a passagem. Ele sobe a escada, encontra um quarto abarrotado de milho e cebolas, e, diante de uma grande e bizarra se acham três mulheres, a jovem, a velha e a criança.    

Obs. minha: Cientistas e pesquisadores mais modernos, nos domínios da Parapsicologia, que são do meu conhecimento, podem ser mencionados nas pessoas e obras dos brasileiros Herculano Pires ("Parapsicologia Hoje e Amanhã"), Jayme Cerviño ("Além do Inconsciente") e Hernani G. Andrade ("Morte, Renascimento, Evolução", "Espírito, Perispírito e Alma", "Parapsicologia, Uma Visão Panorâmica", entre outras), além de J. B. Rhine, o fundador da Parapsicologia ("Novas Fronteiras da Mente", "O Alcance do Espírito", "O Novo Mundo do Espírito"), Alfred Still ("Nas Fronteiras da Ciência e da Parapsicologia"), Nils Jacobson (Vida Sem Morte?"), Ian Stevenson ("Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação", "Xenoglossia: Novos Estudos Científicos"), Karl Muller ("Reencarnação Baseada em Fatos"), H. N. Banerjee ("Vida Pretérita e Futura"), Jim Tucker ("Vida Antes da Vida"), George Meek ("O Que Nos Espera Depois da Morte"), Susan Blackmore ("Experiências Fora do Corpo"), Raymond Mood Jr. ("Vida Depois da Vida", "A luz Que Vem do Além"), Elizabeth Kübler-Ross ("A Morte: um Amanhecer", "O Túnel e a Luz"), Andrew Mackenzie ("Fantasmas e Aparições"), Alan Gauld ("Mediunidade e Sobrevivência"), Lawrence LeShan ("De Newton à Percepção Extra Sensorial", "O Médium, o Místico e o Físico"), Scott Rogo ("A Vida Depois da Morte", "A Mente e a Matéria"), Charles Tart ("O Fim do Materialismo"), Stanislav Grof ("A Aventura da Autodescoberta", "Psicologia do Futuro", "Além do Cérebro"). Ideias desses e de outros cientistas e pesquisadores modernos podem ser encontrados nas obras do Prof. Carlos Antônio Fragoso Guimarães, erudito psicólogo e sociólogo paraibano, autor de "Evidências da Sobrevivência", "Jung e os Fenômenos Psíquicos", "Poltergeist: O Dilema da Parapsicologia" e "Estados Diferenciados de Consciência e Mediunidade" (as duas últimas com o Prof. Carlos Alberto Tinoco).

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