sábado, 17 de dezembro de 2011

71) Como se processa o fenômeno reencarnatório (1ª parte)


Em artigo anterior (nº 14), procuramos mostrar de que se constitui, para nós, o ser humano encarnado:

1) O corpo físico: é formado pelos elementos químicos conhecidos pela Química terrestre, notadamente carbono, oxigênio, nitrogênio, hidrogênio, além de vários outros.

2) O duplo psíquico ou perispírito: é uma duplicata exata do corpo físico, porém formado de uma matéria ainda desconhecida pela Química terrestre. O seu nível de mente é o que chamamos de Espírito propriamente dito (emanação divina), inteiramente inacessível à nossa mentalidade. (Alguns chamam o perispírito de corpo espiritual).

3) A energia irradiada pelos filamentos nervosos dos seres vivos (energia nervosa ou energia vital), que serve de ligação entre o duplo psíquico e o corpo físico. Ela é, fundamentalmente, a responsável pela reparação das partes lesadas do corpo fisico, e grande parte dela é liberada para o ambiente durante o seu desencarne.
     
     Após tais considerações, citaremos a opinião de um dos grandes seguidores do mestre Kardec, o engenheiro Gabriel Delanne, que começou o aprofundamento da parte científica da Doutrina Espírita. Em seu livro "A Reencarnação" (inigualável, para mim, até hoje, não obstante as obras mais atuais que surgiram), diz o grande autor:
     "Está perfeitamente demonstrado que nas sessões de materialização se forma um ser estranho aos assistentes, e que é objetivo, porque todo mundo o descreve da mesma maneira; porque é possível fotografá-lo; porque deixa impressões digitais ou moldagens dos seus órgãos; porque age fisicamente, deslocando objetos; porque pode falar ou escrever. Este ser possui, pois, todas as propriedades fisiológicas de um ser humano comum e faculdades psicológicas."
     "Não se trata de um desdobramento do médium, não só porque dele difere em todos os pontos de vista, mas também porque costumam aparecer, simultaneamente, vários Espíritos materializados. Ademais, tem-se, por vezes, verificado que o médium, acordado, conversa com a aparição. Em outras ocasiões, o mesmo Espírito materializa-se, de maneira idêntica, com médiuns diferentes, e enfim, sua identidade é frequentemente estabelecida pelos que o conheceram."
     "Uma vez que o perispírito (ou duplo psíquico) possui a faculdade, após a morte, de materializar-se, reconstituindo integralmente o organismo físico que aqui possuía, somos levados a supor que, no instante do nascimento, é ele que forma seu invólucro corporal, o qual não passa de uma materialização estável e permanente, enquanto nas sessões experimentais ela é apenas temporária, porque produzida fora das vias normais da geração. É lógico, pois, supor que o corpo espiritual possui, em si, o estatuto das leis biológicas que regem a matéria organizada e preside a organização e manutenção do corpo terrestre."
     "Se realmente existe no homem um segundo corpo, que constitui a trama invisível, a duplicata perfeita, o modelo imperecível do organismo somático, pelo qual se ordena a matéria carnal, compreende-se que, apesar do turbilhão de matéria que passa continuamente em nós, se mantenha o tipo individual, em meio às incessantes mutações, resultantes da desagregação e da reconstituição de todas as partes do corpo; este é semelhante a uma casa, na qual, a cada instante, se mudassem as pedras em todas as suas partes. O perispírito é o modelo, o arquétipo, que vela pela manutenção do edifício, cujas partes se renovam continuamente, pois essa tarefa não pode, absolutamente, depender das atividades cegas da matéria."
     "Ele contém, igualmente, em camadas sucessivas, o arquivo de todos os tipos físicos que encarnou, em cada uma das suas vidas pretéritas. Pode-se dizer, portanto, que o conhecimento desse duplo psíquico é o fecho de toda a explicação das vidas sucessivas. A cada nascimento, é um ser antigo que reaparece." 

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