A Metapsíquica, de Charles Richet, baseia-se em
sua pioneira e grande obra "Tratado de Metapsíquica" (LAKE Editora,
2008), publicada originalmente em 1922. Vejamos:
Metapsíquica é a ciência que tem por objeto os fenômenos físicos ou psicológicos que se poderiam chamar de inabituais,
fenômenos esses devido a forças que parecem inteligentes ou a
faculdades desconhecidas da mente. Assim, diremos que um fenômeno é metapsíquico
quando ele não é explicado pelos fatos conhecidos, classificados,
clássicos, quer da Psicologia, quer da Fisiologia, quer da
Físico-Química habituais. A Metapsíquica pode ser dividida em Subjetiva (ou Mental) e Objetiva (ou Física).
A Metapsíquica Subjetiva é o estudo dos fenômenos
inabituais de natureza puramente psicológica, isto é, no qual não
intervém nenhum fator, mecânico ou material, que seja inabitual (por
exemplo, a leitura, por um sensitivo, de uma carta fechada dentro de um
invólucro opaco). Pode-se resumir toda a Metapsíquica Subjetiva na
seguinte proposição: há, para o conhecimento da realidade, outras vias além das vias sensoriais comuns.
Por outras palavras, a inteligência pode conhecer um fragmento da
realidade quando, nem a vista, nem o ouvido, nem o tato, lhe puderam
revelar. Em geral, essa realidade se apresenta sob uma forma simbólica,
como uma projeção alucinatória visual ou auditiva (é o que os autores
ingleses chamam de "alucinação verídica").
Admitamos então que há, nas coisas, vibrações imperceptíveis para a
maior parte dos homens, mas que, em certos indivíduos, chamados
sensitivos, põem em jogo o conhecimento. Chamaremos de criptestesia,
isto é, sensibilidade oculta, à faculdade que alguns sensitivos possuem
de perceber, por vezes, inabitualmente, noções (vibrações) impossíveis
de adquirir por nossos sentidos normais. Premonição (ou precognição) é o conhecimento, pelo sensitivo, de eventos futuros.
Teoria da Criptestesia -- Há, em torno de nós, vibrações ou
ondas eletromagnéticas que não percebemos através do nossos sentidos,
mas que não deixam de existir por isso (ondas de rádio, TV, radar,
microondas, etc.). Por consequência, é possível que das coisas que estão
em torno de nós, ainda que minúsculas, sejam emitidas vibrações. Essas
vibrações, não as percebemos, porque não somos sensitivos. Mas desde que
um indivíduo, dotado dessa sensibilidade particular que chamo criptestesia, esteja presente, perceberá essas vibrações, ainda que elas sejam nulas para o comum dos homens.
Bastar-me-á, pois, fazer estas duas suposições, ousadas talvez, mas
que os experimentos rigorosos tornam quase necessários: 1ª - Que as
coisas e os movimentos provocam certas vibrações; 2ª - Que essas
vibrações podem ser percebidas por seres especialmente sensíveis. Assim,
posto que grande quantidade de fatos novos fiquem ainda difíceis de
estabelecer, teremos dado um caráter científico ao fenômeno,
aparentemente
maravilhoso, da criptestesia. (Obs. minha: o que Richet chama criptestesia engloba o que outros autores chamam de telepatia, isto é, transmissão de pensamentos, sem o auxílio dos sentidos, a pequenas ou grandes distâncias, e clarividência, ou seja, visão, sem o auxílio dos olhos, através de objetos opacos, a pequenas ou grandes distâncias).
A Metapsíquica Objetiva é o estudo dos
fenômenos mecánicos ou materiais, inexplicáveis pela Fisiologia e pela
Físico-Química habituais -- movimentos de objetos sem contato, luzes,
pancadas nas mesas sem contato, formas de aparência viva percebidas por
diversas pessoas e fotografáveis, ruídos violentos ouvidos à distância,
etc.. Chamamos de telecinésia o deslocamento de objetos à distância, sem contato, e raps
as pancadas ou ruídos produzidos nesses objetos. É possível provar que o
movimento de tais objetos é devido a formações adventícias, por vezes
invisíveis, de membros e de mãos aptos a movê-los. Denominamos ectoplasmas
a essas formações transitórias que, desprendendo-se do corpo dos
sensitivos produtores de efeitos físicos, têm todas as aparências da
vida, e desaparecem depois de passageira manifestação. Doravante, empregarei o termo ectoplasmia para designar todos os fenômenos onde ocorrem materializações de formas vivas, de objetos, de figuras, de personagens.
Além da telecinésia e da ectoplasmia, é necessário acrescentar, à Metapsíquica Objetiva, um terceiro grupo de fenômenos -- o das chamadas casas assombradas; entretanto, salvo algumas exceções, trata-se de histórias recheadas de incertezas e fantasias.
A Parapsicologia, de René Sudre, é baseada em seu livro "Tratado de Parapsicologia" (Zahar Editores, 1976), publicado em 1956. Vejamos:
Parapsicologia
é a ciência que tem por objeto os fenômenos físicos ou psicológicos
devidos a forças que parecem inteligentes ou a faculdades desconhecidas
da mente. Ratificaremos a divisão geral em fenômenos mentais (ou
psicológicos), e fenômenos físicos, ou seja, distinguiremos uma Parapsicologia Mental e uma Parapsicologia Física.
A Parapsicologia Mental compreenderá os dois grandes grupos da telepatia e da metagnomia (clarividência), incluindo a metagnomia pré-cognitiva (fenômenos em que ocorre a antevisão do futuro). Acrescentaremos um terceiro grupo, o da prosopopese, que se relaciona aos conhecidos em Psicopatologia sob o nome de "divisão da personalidade". Reunimos, pois, sob o nome de prosopopese, todos
os fenômenos em que aparecem personalidades psicológicas novas --
escrita e palavra automáticas, encarnação, possessão,etc.. (Obs. minha: a
Parapsicologia mais recente, devida a J. B. Rhine, engloba os dois
primeiros grupos sob a denominação de ESP - Extrasensory Perception, em
inglês, ou PES - Percepção Extra-Sensorial, em português).
No que concerne aos fenômenos físicos, admitiremos,
como hipótese de trabalho, que são devidos a uma substância oriunda do
corpo vivo e sob a dependência da mente. Aproximaremos, assim, os fatos
do chamado "magnetismo animal" dos fatos de materializações.
Distinguiremos, contudo, os fenômenos de telergia, isto é, os efeitos mecânicos, físicos, químicos, da força psíquica, dos fenômenos de teleplastia, nos quais a força psíquica modela formas animadas que dão a ilusão
da vida. (Obs. minha: esta última palavra, sublinhada por mim,
mostra-se em desacordo com os experimentos de Crookes, Richet, Aksakof,
Lombroso, Geley, Bozzano e outros). Assim, telergia é a objetivação de forças, teleplastia é a objetivação de formas.
A telergia ainda pode ser subdividida em: telecinésia -- deslocamento de objetos sem contato, e hiloclastia
-- fenômenos em que ocorre a penetração da matéria através da própria
matéria. (Obs. minha: a Parapsicologia mais recente emprega o vocábulo psicocinésia, ao invés de telecinésia).
Por sua vez, a teleplastia pode ser subdividida em espontânea (aparições), experimental (materializações), toribismo (fenômenos de "poltergeist") e assombrações. (Obs. minha: "Poltergeist" é um vocábulo alemão que significa "espírito barulhento" ou "perturbador"; tais fenômenos ocorrem, geralmente, em casas tidas como assombradas).
O paciente, que os espíritas denominam impropriamente médium,
é um ser vivo, homem ou animal, que produz ou ajuda a produzir
fenômenos parapsicológicos. Os pacientes que produzem mais
particularmente fenômenos mentais são os metagnomos; os que produzem mais particularmente fenômenos físicos são os teleplastas.
Obs.
minha: creio ser ocioso salientar que os dois autores citados neste
artigo são materialistas e antiespíritas, sendo o primeiro -- Charles
Richet -- um antiespírita moderado, e o segundo -- René Sudre -- um
antiespírita extremado.
É como diz Aline, da Cidade das Pirâmides," O mundo termina de várias formas e renasce a cada dia da forma que o construímos". Gostei muito do blog e por essa razão partilho com vocês o endereço eletrônico do Programa De Olho no Mundo que fala Do Despertar da Consciência (Verdade revelada ) http://youtu.be/41ecAMCb-4Y
ResponderExcluirTenho certeza que gostarão. Abraços.
Muito grato por ter gostado do blog e pela indicação do programa. Peço desculpas pela demora da resposta, causada pelo fato de raras vezes eu acessar artigos antigos do blog. Por isso, só hoje tomei conhecimento do seu comentário.
ExcluirParabéns André, pelo esforço, dedicação e coragem. Um abraço fraterno.
ResponderExcluirMuito grato, Carlos, por suas amáveis palavras e desculpe-me pela demora da resposta, cuja justificativa é dada na resposta ao comentário acima.
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