sábado, 17 de dezembro de 2011

72) Como se processa o fenômeno reencarnatório (2ª parte)


 Continuando o texto anterior, valer-me-ei agora da citação de três obras do grande mestre da Ciência da Alma, o filósofo Ernesto Bozzano: Metapsíquica Humana, Seleções, e Pensamento e Vontade. Escreve o mestre italiano:
    
     "A origem da vida é presidida por uma misteriosa força organizadora, imanente no perispírito ou duplo psíquico, comum a todos os seres vivos, a qual, no plano da existência encarnada, age automática e mecanicamente, sem que necessite do concurso intencional dos seres que ela vai plasmando. Explico-me melhor: provavelmente, no momento da concepção, o ser reencarnante deflagra um processo que, uma vez iniciado, segue contínua e independentemente, pelo qual a força organizadora vai agindo automaticamente na organização e plasmação das diversas partes do corpo físico, a partir da primeira célula viva (célula ovo ou zigoto), com as criações fluídicas perispirituais precedendo sempre o desenvolvimento corporal, que vai acompanhando, sucessivamente, as tramas fluídicas contidas no perispírito, até a formação completa do organismo e seu nascimento, não sendo necessária a ação permanente e consciente do espírito reencarnante, após a deflagração do processo organizador inicial." (Obs. minha: em Física isto se chamaria "reação em cadeia" que só necessita de um impulso inicial e depois segue, automaticamente, por si própria, como acontece nos reatores nucleares).
     

     Em sua obra "Pensamento e Vontade", Bozzano escreve:
     "A força organizadora, imanente no perispírito, que regula a origem e a evolução das espécies vegetais, animais e humanas, de forma oculta e automática (grifo meu) no ambiente terrestre, exterioriza-se numa forma fluídica que precede à criação corporal, cujas fases ulteriores de desenvolvimento são igualmente precedidas pelas tramas fluídicas correspondentes e destinadas a servirem de modelo, em torno do qual deverá, gradualmente, condensar-se, por lei de afinidade, a matéria viva, que atinge a individualidade vegetal, animal e humana, graças à nutrição fisiológica."
     

     Para completar, Kardec e Denis ensinam que, ao passo que o desenvolvimento embrionário, no ventre materno, segue o seu curso, a consciência do reencarnante vai se obnubilando paulatinamente até que, no momento do nascimento, o obscurecimento da conscência é total. No entanto, o ser reencarnado traz no seu insconciente espiritual, sob a forma de qualidades e defeitos, o somatório geral de todas as experiências vividas nas encarnações anteriores.
    

71) Como se processa o fenômeno reencarnatório (1ª parte)


Em artigo anterior (nº 14), procuramos mostrar de que se constitui, para nós, o ser humano encarnado:

1) O corpo físico: é formado pelos elementos químicos conhecidos pela Química terrestre, notadamente carbono, oxigênio, nitrogênio, hidrogênio, além de vários outros.

2) O duplo psíquico ou perispírito: é uma duplicata exata do corpo físico, porém formado de uma matéria ainda desconhecida pela Química terrestre. O seu nível de mente é o que chamamos de Espírito propriamente dito (emanação divina), inteiramente inacessível à nossa mentalidade. (Alguns chamam o perispírito de corpo espiritual).

3) A energia irradiada pelos filamentos nervosos dos seres vivos (energia nervosa ou energia vital), que serve de ligação entre o duplo psíquico e o corpo físico. Ela é, fundamentalmente, a responsável pela reparação das partes lesadas do corpo fisico, e grande parte dela é liberada para o ambiente durante o seu desencarne.
     
     Após tais considerações, citaremos a opinião de um dos grandes seguidores do mestre Kardec, o engenheiro Gabriel Delanne, que começou o aprofundamento da parte científica da Doutrina Espírita. Em seu livro "A Reencarnação" (inigualável, para mim, até hoje, não obstante as obras mais atuais que surgiram), diz o grande autor:
     "Está perfeitamente demonstrado que nas sessões de materialização se forma um ser estranho aos assistentes, e que é objetivo, porque todo mundo o descreve da mesma maneira; porque é possível fotografá-lo; porque deixa impressões digitais ou moldagens dos seus órgãos; porque age fisicamente, deslocando objetos; porque pode falar ou escrever. Este ser possui, pois, todas as propriedades fisiológicas de um ser humano comum e faculdades psicológicas."
     "Não se trata de um desdobramento do médium, não só porque dele difere em todos os pontos de vista, mas também porque costumam aparecer, simultaneamente, vários Espíritos materializados. Ademais, tem-se, por vezes, verificado que o médium, acordado, conversa com a aparição. Em outras ocasiões, o mesmo Espírito materializa-se, de maneira idêntica, com médiuns diferentes, e enfim, sua identidade é frequentemente estabelecida pelos que o conheceram."
     "Uma vez que o perispírito (ou duplo psíquico) possui a faculdade, após a morte, de materializar-se, reconstituindo integralmente o organismo físico que aqui possuía, somos levados a supor que, no instante do nascimento, é ele que forma seu invólucro corporal, o qual não passa de uma materialização estável e permanente, enquanto nas sessões experimentais ela é apenas temporária, porque produzida fora das vias normais da geração. É lógico, pois, supor que o corpo espiritual possui, em si, o estatuto das leis biológicas que regem a matéria organizada e preside a organização e manutenção do corpo terrestre."
     "Se realmente existe no homem um segundo corpo, que constitui a trama invisível, a duplicata perfeita, o modelo imperecível do organismo somático, pelo qual se ordena a matéria carnal, compreende-se que, apesar do turbilhão de matéria que passa continuamente em nós, se mantenha o tipo individual, em meio às incessantes mutações, resultantes da desagregação e da reconstituição de todas as partes do corpo; este é semelhante a uma casa, na qual, a cada instante, se mudassem as pedras em todas as suas partes. O perispírito é o modelo, o arquétipo, que vela pela manutenção do edifício, cujas partes se renovam continuamente, pois essa tarefa não pode, absolutamente, depender das atividades cegas da matéria."
     "Ele contém, igualmente, em camadas sucessivas, o arquivo de todos os tipos físicos que encarnou, em cada uma das suas vidas pretéritas. Pode-se dizer, portanto, que o conhecimento desse duplo psíquico é o fecho de toda a explicação das vidas sucessivas. A cada nascimento, é um ser antigo que reaparece." 

sábado, 10 de setembro de 2011

70) As comunicações mediúnicas entre vivos provam a realidade das comunicações mediúnicas com os mortos.


    Diz o grande mestre da ciência da alma em seu livro "Animismo ou Espiritismo? Qual dos dois explica o conjunto dos fatos?", portentosa síntese da sua obra de 40 anos, no cap. III, trad. de Guillon Ribeiro, ed. Feb:
    
     "Não esqueçamos que a denominação de fenômenos mediúnicos propriamente ditos designa um conjunto de manifestações paranormais, de ordem física e psíquica, que se produzem por meio de um sensitivo a quem é dado o nome de médium, por se revelar qual instrumento a serviço de uma vontade que não é a sua. Ora, essa vontade tanto pode ser a de um morto como a de um vivo. Quando a de um vivo atua desse modo, a distância, somente o pode fazer em virtude das mesmas faculdades espirituais que um morto põe em jogo. Segue-se que as duas classes de manifestações resultam de naturezas idênticas, com a diferença, puramente formal, de que, quando elas se dão por obra de um vivo, entram na órbita dos fenômenos anímicos propriamente ditos, e de que, quando se verificam por obra de um morto, entram na categoria, verdadeira e própria, dos fenômenos espíritas. Evidencia-se, portanto, que as duas classes de manifestações são complementares uma da outra, a tal ponto que o Espiritismo careceria de base, dado não existisse o Animismo."
     "A grande importância deste tema consiste em que os casos de comunicações mediúnicas entre vivos, com o se realizarem por processos idênticos àqueles pelos quais se operam as comunicações mediúnicas com os mortos, oferecem a possibilidade de apreender-se melhor a gênese destas últimas, por projetarem luz nova sobre as causas dos erros, das interferências, das mistificações subconscientes que nelas ocorrem; mas, sobretudo, por contribuírem a provar, com rara eficácia, a realidade das comunicações mediúnicas com os mortos, uma vez se considere que, nas comunicações mediúnicas entre vivos, é possível verificar-se a realidade integral do fenômeno, interrogando-se as pessoas colocadas nas duas extremidades do fio. Daí a sugestiva inferência de que, quando no outro extremo do fio se encontra uma entidade mediúnica que afirme ser o espírito de um "morto" e o prove ministrando informações pessoais que todos os presentes ignoram, racionalmente se deveria concluir que na outra ponta do fio há de estar a entidade do morto que se declara presente, do mesmo modo que nas comunicações entre vivos se verifica positivamente que na outra extremidade do fio se acha o vivo que se manifesta mediunicamente." (_)

     "Por outras palavras: se, pelas comunicações mediúnicas entre vivos, nas quais é dado verificar-se a autenticidade dos fenômenos interrogando-se as pessoas colocadas nos dois extremos do fio, fica positivamente demonstrado que a mensagem mediúnica provém do vivo que, distante, se declara presente, então, quando na outra extremidade do fio se acha uma entidade mediúnica afirmando ser o espírito de um morto e provando-o por meio de informações pessoais ignoradas dos assistentes e do médium, legítimo teoricamente se torna inferir-se que na outra ponta do fio deve achar-se, com efeito, a entidade do morto que se declara presente. Noutros termos: para ambas as categorias indicadas se há de excluir a hipótese das personificações subconscientes ou hipnóticas que representariam a personalidade de um morto extraindo informações das recordações latentes nas subconsciências de terceiras pessoas, de que tanto se tem abusado até hoje. Nada, pois, de personificações efêmeras de ordem onírico-hipnótica em relação com as comunicações mediúnicas entre vivos e, em consequência, nada também de semelhante em relação às comunicações com entidades de falecidos que forneçam as reclamadas provas de identificação pessoal." (_)

     "Assinalado esse ponto, apresso-me a acrescentar que a hipótese hipnótica tem que ser eliminada em face da consideração de que com ela não se explicaria a característica fundamental das comunicações entre vivos, característica que é a da conversação que se desenvolve entre o médium e a personalidade subconsciente do vivo distante daquele, conversação que assume aspectos sempre novos e imprevistos, que nada de comum apresentam com as lembranças latentes nas subconsciências de terceiros, porquanto as informações fornecidas, os manifestados estados de ânimo, as características morais, as idiossincrasias pessoais, brotam das perguntas que o automatista dirige à personalidade do vivo que se comunica. Assim sendo, só resta concluir formulando uma proposição tão simples que parece ingênua, e é que, quando uma hipótese se revela impotente para explicar a característica maior de uma dada classe de manifestações, isso significa que ela é inaplicável às mesmas manifestações."

     A fim de conhecer os vários fatos em que o inigualável argumentador (Ernesto Bozzano, filósofo, psicólogo e cientista) embasou a sua tese, conviria consultar a obra citada e outra mais específica: "Comunicações Mediúnicas entre Vivos", Editora Edicel, São Paulo, trad. de Francisco Klors Werneck. (Obs. minha).
 

sábado, 6 de agosto de 2011

69) A importância dos fenômenos de "bilocação" (ou "desdobramento") para a sobrevivência humana, segundo dois sábios, César Lombroso e Ernesto Bozzano.

             
     Comecemos citando o psiquiatra e criminologista italiano César Lombroso em seu livro "Hipnotismo e Mediunidade" (ed. FEB, trad. de A. Martins de Castro):

     "A realidade da existência dos fantasmas parece menos paradoxal admitindo-se o assim chamado -- duplo do corpo (em inglês -- wraith; em alemão -- doppelgänger; em francês -- double), do qual estão cheias as lendas dos povos antigos e selvagens. Estes, porém, observaram poucos fatos de aparições e de sonhos, enquanto nós, ao contrário, temos, para lhes dar crédito, uma longa série de observações e de provas. Se algumas, tomadas isoladamente, podem ser postas em dúvida, elas adquirem, à semelhança das pedras de uma abóbada, a solidez da sua união recíproca," (_)

     "A existência do duplo psíquico pode-se dizer certa em muitos estados paranormais da psique. O duplo psíquico pode explicar muitos dos fenômenos espiríticos sem recorrer aos Espíritos dos mortos, substituindo a ação destes pela do médium, cujo corpo ou parte dele atue a uma certa distância do seu corpo vivo. Talvez ao duplo pertençam também aqueles membros mais ou menos formados que se vêem sair do corpo, das costas ou saia da médium e que deram, tão frequentemente, origem a suspeitas de truque."
     "Este fenômeno do duplo psíquico explica ainda a visão e a percepção que o médium tem de quanto acontece no recinto, em plena escuridão; explica talvez o estranho fenômeno da transposição dos sentidos, pelos quais o paciente vê pela orelha, olfata pelo joelho, ouve pelo antebraço (ver cap.1); explica, em suma, um dos fenômenos mais inexplicáveis da psicofisiologia. Pode explicar ainda a visão dos sonâmbulos e dos médiuns a distância e através dos corpos opacos, e como possa ser desdobrado ou bilocado o corpo de um adormecido, de um agonizante ou de um extático a uma grande distância dele."
     "E, como indicamos, o duplo psíquico nos põe no caminho de compreender como possam existir corpos sutis que apresentam, ao menos por algum tempo, todas as faculdades do corpo vivo. O duplo, pois, deve ser considerado quase como um elo de conjunção entre o médium e o Espírito dos mortos. Mas a ação deste parece que se perpetua indefinidamente, enquanto a do duplo não se prolonga além do estado agônico, e não está jamais em contraste, antes em continuidade com a ação do vivo, enquanto a ação dos mortos é amiúde autônoma, frequentemente em contradição com a ação do médium."
     "E, com frequência, o Espírito aparece como um fantasma diferente do médium, o que não acontece com o duplo, e comumente provoca fenômenos e energias, como a materialização, a percepção do futuro, a xenoglossia, a escrita direta, e com os caracteres próprios do morto, energias estas que o médium, sozinho, não pode possuir."

     Citemos agora o filósofo e psicólogo italiano Ernesto Bozzano em suas obras "Animismo ou Espiritismo?" (ed. FEB, trad. de Guillon Ribeiro) e "Fenômenos de Bilocação" (ed. Calvário, trad. de Francisco Klors Werneck):

     "Pela denominação genérica de "fenômenos de bilocação" se designam as múltiplas modalidades sob que se opera o misterioso fato do "desdobramento psíquico" do organismo corpóreo. Daí vem que os fenômenos de bilocação revestem fundamental importância para as disciplinas parapsicológicas, porquanto servem a revelar que as manifestações "anímicas", conquanto inerentes às funções do organismo físico-psíquico de um vivo, têm como sede um certo quê, qualitativamente diverso do mesmo organismo. Assumem por isso um valor teórico resolutivo para a demonstração experimental da existência e sobrevivência do espírito humano."
     "Por outras palavras: os fenômenos de bilocação demonstram que no "corpo somático" existe imanente um "duplo psíquico" (ou "perispírito") que, em circunstâncias raras de diminuição vital nos indivíduos (sono fisiológico, sono hipnótico, sono mediúnico, êxtase, delíquio, narcose, estados comatosos), é suscetível de afastar-se temporariamente do corpo somático, durante a existência encarnada. Inevitável, pois, a inferência de que, se o duplo psíquico é suscetível de separar-se temporariamente do corpo somático, conservando íntegra a consciência de si, forçoso será concluir-se pelo reconhecimento de que, quando aquele se separar deste definitivamente pela crise da morte, o duplo psíquico continuará a existir, em condições apropriadas de ambiente, o que demonstra que a sede da consciência, da memória integral e das faculdades de ordem paranormal estão situadas no Eu espiritual, que é o nível de mente do duplo psíquico ou períspirito." (Observação minha: o duplo psíquico ou perispírito seria, por assim dizer, o "corpo" do Espírito, do Ser inteligente, o que é confirmado pelo próprio Kardec). (_)
    
     "Se aplicarmos os processos de análise comparada às centenas e centenas de episódios desse gênero, onde todas as gradações que lhes caracterizam a fenomenologia se apresentam de modo a fazer ressaltar as modalidades por que se determina o fenômeno de exteriorização do "duplo psíquico", veremos desaparecer, por completo, qualquer dúvida sobre a objetividade do mesmo, diante do afastamento, então inevitável, das hipóteses "oníricas" e "alucinatórias", únicas que se poderiam opor a fenômenos dessa ordem. Essas conclusões decorrem das considerações que se seguem."
     "Em primeiro lugar, devemos considerar que as diferentes gradações por que os fenômenos de "bilocação" se apresentam, não só entre si se completam, como se confirmam de modo admirável. Logo de início se apresentam os fenômenos ditos de "sensação de integridade" de um membro amputado, em que, se conseguirmos distrair a atenção do paciente, ele experimenta as sensações todas que o membro deveria acusar, se ligado ainda estivesse ao corpo. Seguem-se os casos de "desdobramento incipiente" nos atacados de hemiplegia, os quais, por vezes, percebem, no lado paralítico, uma secção longitudinal do seu próprio fantasma e afirmam que essa secção possui a integridade sensorial que lhes foi tirada. Aparecem em seguida os casos de desdobramento apenas esboçado, em que a pessoa percebe o seu próprio fantasma a distância, continuando embora a guardar integral a própria consciência (desdobramento autoscópico). Veremos depois aqueles em que a consciência pessoal se transfere para o fantasma, que percebe, então, à distância, o próprio corpo inerte ou adormecido, casos altamente sugestivos, em que, muitas vezes, repontam as faculdades de ordem paranormal. Seguem-se os casos de desdobramento durante o sono natural, durante o sono provocado, durante a síncope, durante o coma, e ainda aqueles em que o fantasma desdobrado de um vivo adormecido é visto por terceiros, situados à distância, e finalmente os casos em que o fenômeno de desdobramento psíquico se produz no leito de morte e é percebido por sensitivos, desde os povos antigos e selvagens até os dias de hoje, em que eles relatam continuamente, ignorando as experiências uns dos outros, a reprodução perfeita de um simulacro do corpo somático do moribundo, simulacro esse não só animado e vivo, como assistido por entidades de falecidos, que parecem acorrer com esse objetivo, junto daquele que se extingue. Finalmente, há casos mais raros em que as fases iniciais do desdobramento no leito de morte são percebidas coletivamente por todos os assistentes."
     "Em segundo lugar, as hipóteses oníricas e alucinatórias devem ser excluídas, pois os fenômenos de bilocação no leito de morte são constantemente descritos pelos videntes com as mesmas minuciosas modalidades de realização, em que se notam pormenores tão novos, tão inesperados, que, logicamente, não é de se supor possam surgir assim idênticos, na mentaidade de todos os videntes, quer entre os povos civilizados, bárbaros ou selvagens."
     "Em terceiro lugar, porque já se obtiveram, experimentalmente, fotografias de fantasmas desdobrados de vivos (Stainton Moses, Coronel de Rochas, H. Durville, Prof. Istrati) e fotografias de fantasmas no leito de morte, em sua forma rudimentar (Dr. Baraduc). Em consequência, o reconhecimento da realidade objetiva, pela ciência, dos fenômenos de bilocação, comprovando a existência e sobrevivência do espírito humano, não será mais que uma questão de tempo."

     Observação minha: fiz pequenas modificações nos textos acima, sem lhes alterar a substância e o sentido, para atualizá-los e melhor adequá-los aos meus objetivos.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

68) Algumas grandes obras da ciência espírita (2ª parte)

Camille Flammarion

Ernesto Bozzano


6) A Morte e o seu Mistério, de Camille Flammarion (editora da FEB).
Trata-se de três monumentais volumes sobre três palpitantes temas: ANTES, À VOLTA e DEPOIS DA MORTE.
Ao todo 1064 páginas de composição compacta e bem impressas, que formam um dos mais completos e positivos documentários sobre as três questões acima enunciadas.
O sábio astrônomo francês, diretor do Observatório de Juvisy e fundador da Sociedade Astronômica de França, seguindo um método de cunho eminentemente científico, sem frases, sem hipóteses nem dissertações metafísicas, apresenta FATOS, e tão somente FATOS, catalogados entre milhares de observações, escrupulosamente verificados, examinados e discutidos, e que resistem a quaisquer teorias que contra eles se tentem levantar.
Em síntese, o 1º volume estabelece, com provas irretorquíveis, através dos fenômenos de sugestão mental, transmissão do pensamento, visão à distância através dos corpos opacos, e pré-conhecimento do futuro, que a alma humana existe e independe do organismo físico; o 2º volume demonstra, à saciedade, a manifestação de fantasmas de vivos (fenômenos de desdobramento ou bilocação), bem como as aparições e manifestações de moribundos; o 3º volume, finalmente, abre a porta do túmulo, e, com testemunhos cuja autenticidade não pose ser negada, dá-nos a suprema CERTEZA da sobrevivência da alma após o trespasse, sua existência numa vida ultraterrena, e sua possibilidade de se comunicar com os que ficaram na Terra.
São, irrecusavelmente, três volumes graníticos, que nem o tempo nem os homens jamais conseguirão demolir, e cuja leitura se faz obrigatória para todos aqueles que meditam sobre os destinos humanos.
Ver, também, do mesmo autor, "As Casas Mal Assombradas" (ed. FEB).

7) A Propósito da Introdução à Metapsíquica Humana, de Ernesto Bozzano (Editora da FEB).
Trata-se de uma refutação ao livro "Introdução à Metapsíquica Humana", do psiquista francês René Sudre, que procurou infirmar a hipótese espírita através do que chamou "prosopose-metagnomia", termo empolado que significa uma mudança na personalidade do médium por sugestão ou autossugestão (prosopopese), combinada com as faculdades clarividentes do médium (metagnomia). No final do prefácio de sua obra, o grande mestre da Ciência da Alma afirma:
"Sob o ponto de vista pessoal meu -- que diametralmente diverge daquele em que se coloca Sudre -- é natural me disponha a analisar, discutir e refutar, ponto por ponto, as principais opiniões e hipóteses antiespíritas emitidas pelo autor, mormente por me parecer estar ele bem enfronhado no assunto e ser um pensador de talento indiscutível. É, sem dúvida alguma, um valente contendor, com o qual a discussão de grande proveito será, pois se apresenta na arena terçando as armas mais formidáveis dentre as que são usadas no campo em que milita".
À pág. 65, o filósofo italiano apresenta 11 categorias de fenômenos psíquicos inexplicáveis pela "prosopopese-metagnomia", ou por meio de qualquer teoria metapsíquica, discute e analisa cada uma delas em capítulos separados, e pulveriza todos os sofísticos argumentos de Sudre. Nas suas conclusões, Bozzano assim se pronuncia:
"Chegando ao termo deste trabalho, de ampla refutação de um livro excepcionalmente parcial e superlativamente sofístico, devo declarar-me plenamente convencido de, pelos fatos, haver provado que a "prosopese-metagnomia", hipótese fundamental sustentada por Sudre, para por ela explicar as manifestações metapsíquicas de efeitos inteligentes, de modo algum atinge o fim que teve em vista o autor".... "Daí se vê que o trabalho de Sudre, que apresentava manifestamente o grave inconveniente de não se propor a, através da Verdade chegar à Verdade, antes a intenção clara de, a todo transe, procurar demolir a hipótese espírita, encontrou a sorte que merecia, desmantelando-se por completo ao primeiro impacto com a eloquência demonstrativa dos fatos".
"E se outra é a opinião de Sudre a tal respeito, é que certamente dispõe de elementos que a justifiquem e então fácil lhe deverá ser achar uma explicação natural para todos os casos de que trata este meu trabalho, competindo-lhe refutar, uns após outros, todos os argumentos por mim apresentados em favor da sua gênese indiscutivelmente espírita. Uma explicação natural, repito, para todos os casos que eu acabo de relatar e não para alguns, escolhidos a dedo e que se prestem a exercitações sofísticas".

8) Povos Primitivos e Manifestações Supranormais, de Ernesto Bozzano (Editora Fé)
O autor apresenta uma série de casos selecionados e documentados acerca de manifestações paranormais entre os povos primitivos e selvagens, narrados por missionários e antropólogos que viveram muitos anos entre eles. Trata-se de uma análise acurada de documentos sobre a telepatia, a clarividência, a precognição, a levitação humana, os transportes, a voz direta, as materializações, as aparições dos vivos e dos mortos, e outras manifestações psíquicas que se realizam entre os povos selvagens.
O que, acima de tudo, importa notar, é que os fenômenos manifestados naqueles povos são, em tudo, análogos aos que se verificam junto a nós, povos civilizados. Isto tornar-se-á particularmente evidente porque o autor teve o cuidado de reviver continuamente, ou de citar os casos semelhantes da casuística europeia-americana. Esta exposição, comentada cientificamente, sem possibilidades de objeção e provida de casos moderníssimos, não deixará de interessar até a não cultores da Metapsíquica, como antropólogos, etnólogos e psicólogos.
Estes últimos encontrarão uma concepção totalmente nova acerca da gênese da ideia da sobrevivência do "eu" entre os selvagens; ideia que foi sempre atribuída, -- haja vista a escola de Spencer e seus partidários -- , entre os selvagens, a casos banais, como os fenômenos do sonho, do eco, da própria imagem refletida na água, etc.. Entretanto, na realidade, ela tem origem nos fatos verificados e indiscutíveis, como são os fatos metapsíquicos, que se realizam entre os povos selvagens, e isto contado pelos antropólogos que viveram entre eles, da mesma maneira que ocorrem entre nós. A importância e a originalidade dessas demonstrações de Bozzano assinalão o início de uma concepção totalmente nova nos campos da Antropologia e da Psicologia.

9) Os Animais Têm Alma?, de Ernesto Bozzano (Editora Eco)
Depois de escrever cerca de 103 obras, entre artigos para revistas, monografias e livros compactos, parece não haver ramo ou sub-ramo da casuística paranormal que não tenha sido escrupulosamente analisada e dissecada pelo "grande Mestre da Ciência da Alma". No caso em apreço, trata-se das manifestações psíquicas ocorridas com animais, nas quais eles figuram como percipientes ou agentes. Neste caso, a melhor informação sobre a obra é verificar o índice da mesma. Vejamos então:

Cento e trinta e quatro casos de manifestações de assombração, aparições e fenômenos paranormais com animais.
1ª Categoria: Alucinações telepáticas nas quais um animal desempenha o papel de agente.
2ª Categoria: Alucinações telepáticas nas quais um animal é o percipiente.
3ª Categoria: Alucinações telepáticas percebidas coletivamente pelo animal e pelo homem.
4ª Categoria: Visões de espíritos humanos obtidas fora de qualquer coincidência telepática e percebidas coletivamente por homens e animais.
5ª Categoria: Animais e premonições de morte.
1º Subgrupo: Manifestações premonitórias de morte percebidas coletivamente por homens e por animais.
2º Subgrupo: Aparições de animais sob forma simbólico-premonitória.
3º Subgrupo: Premonições de morte nas quais os animais são percipientes.
6ª Categoria: Animais e fenômenos de assombração.
1º Subgrupo: Animais que percebem coletivamente com o homem as manifestações de assombração
2º Subgrupo: Aparição de animais em lugares assombrados.
7ª Categoria: Materializações de animais.
8ª Categoria: Visão e identificação de fantasmas de animais mortos.

Nas suas conclusões, o filósofo italiano cita as definições que uma personalidade espiritual ditou à médium Lady Cathness: "O gás se mineraliza, o mineral se vegetaliza, o vegatal se animaliza, o animal se humaniza, o homem se diviniza". E continua:
"Se fossem acolhidas as conclusões acima, em favor da existência e da sobrevivência da psique animal, e da sua passagem ascensional através da escala dos seres, por meio de sucessivas reencarnações, até o ponto de se humanizar, uma nova luz esclareceria o eterno problema que todas as filosofias e todas as religiões se propuseram resolver sem consegui-lo: o grande problema da finalidade da vida no Universo".

10) Xenoglossia, de Ernesto Bozzano (Editora da FEB).
Trabalho monumental, talvez o mais notável e concludente sobre os fenômenos espíritas. Os fenômenos, devido à denominação que lhes deu o ilustre Prof. Charles Richet, nos quais o Espírito que se manifesta usa de um idioma absolutamente desconhecido do médium e, muitas vezes, ignorado também de todos os presentes às experiências, são, talvez, em toda a fenomenologia psíquica, os mais maravilhosos e, sem dúvida, os que mais perturbam e desorientam os inventores e cultores da Metapsíquica materialista, e quantos anseiam por poder negar, com alguma aparência de verdade, a fonte donde promanam os fatos que alicerçam o Espiritismo.
Tomando para objeto do seu novo trabalho de análise, dentre os já numerosíssimos casos de "xenoglossia", aqueles que foram observados e registrados de maneira rigorosamente científica, Bozzano, com a clareza de raciocínio e o vigor de lógica que o sagraram "primus inter pares", lhes aplicou, usando de método também puramente científico, todas as hipóteses "naturalísticas", como ele as qualifica, inventadas para explicá-los com exclusão da intervenção de entidades espirituais, e chegou sempre e sempre à demonstração positiva, insofismável, irretorquível, de que nenhuma de tais hipóteses pode se manter de pé; de que uma só os explica plenamente, satisfatoriamente e racionalmente: a hipótese espírita.
É tão completa, tão exaustiva a sua demonstração, que ele não trepida, e o faz a cada passo do seu trabalho, em desafiar todos os impugnadores, ainda os mais extremados dessa última hipótese, a que saiam a campo para lhe apontar uma falha de raciocínio e, por conseguinte, qualquer erro de conclusão. Tão formidáveis e certeiros foram os golpes que, produzindo essa demonstração, desferiu nas aludidas hipóteses naturalísticas, sem deixar de apreciar uma só delas, que, apesar de haver sido o referido trabalho publicado por partes, em números sucessivos da revista italiana "Riserca Psichica" (Pesquisa Psíquica), de setembro de 1931 a fevereiro de 1932, até hoje nenhuma das revistas metapsíquicas de cunho materialista sequer ousou aludir à sua publicação. Fato é este bem significativo da perturbação, do aturdimento que a portentosa obra do fecundo e ilustre pensador lançou nos arraiais metapsíquico-materialistas.

11) A Crise da Morte, Segundo o Depoimento dos Espíritos que se Comunicam, de Ernesto Bozzano (FEB e Editora do Conhecimento).
O que se sente no momento do desencarne? Como é o primeiro contato com a nova dimensão? Com quem realmente vamos nos encontrar? Qual será a nossa nova forma de vida no Além? Será mais feliz ou não do que a vida terrestre? Para responder, de forma cabal a essas perguntas, o grande sábio italiano escreveu a obra acima, em que realiza um notável trabalho de análise comparada sobre 30 casos de "revelações transcendentais", como são chamadas as revelações feitas por espíritos, falecidos, em geral, há pouco tempo e que narram, através de médiuns, as experiências que tiveram, o ambiente que encontraram e os fatos que lhes sucederam, após atravessar o período crítico que Bozzano denomina a crise da morte. Trata-se de um trabalho considerado dos mais importantes pelos que estudam, de um modo científico, a doutrina espírita. Assim, diz o grande mestre italiano:

"Até aos nossos dias, as narrações dos Espíritos (sobre o meio em que se acham após a crise da morte) pareceram mesmo aos pensadores ponderados, sem distinção de escola, de tal modo absurdas, inverossímeis, antropomórficas, pueris e ridículas, que os induziram a negar todo valor ao conjunto das revelações transcendentais. Mas, as últimas descobertas no domínio das forças psíquicas, até aqui ignoradas, prepararam de súbito o terreno para que aquelas narrações fossem compreendidas e apreciadas. Com efeito, as pretendidas inverossimilhanças nos fenômenos acharam seu paralelo em experiências análogas, que se realizam no mundo dos vivos".
"O problema das revelações transcendentais passou assim a se apresentar à razão sob aspecto muito outro, fazendo entrever a verossimilhança e mesmo a necessidade psicológica de uma primeira fase de existência espiritual, a desenrolar-se num meio, qual o descrevem, de comum acordo, as personalidades dos mortos que se comunicam, isto é, de que esse meio espiritual é o meio terrestre espiritualizado".
"O valor teórico inerente à circunstância de serem contrárias às opiniões dos próprios médiuns, e de toda gente, as informações que aqueles, desde 1853 (metade do séc. XIX, 4 anos antes do advento da 1ª obra de Allan Kardec), davam acerca da existência espiritual, não escapou à mentalidade investigadora do Dr. Gustavo Geley, que a ele alude nos termos seguintes:

Concluamos, pois, que todas as objeções tão levianamente feitas ao Espíritismo, a propósito do conteúdo intelectual das comunicações, a propósito das obscuridades, das banalidades, das mentiras, das contradições que elas contêm, não são razoáveis. Ainda mais, o caráter das comunicações, diferentes do que se poderia supor a priori, no começo do movimento espírita, contrário às idéias que se faziam em geral sobre o "Além", de acordo com as religiões cristãs tradicionais, constitui uma prova a favor da doutrina que as soube verificar e explicar tão completamente. (Resumo da Doutrina Espírita).

"É precisamente isso. Fica, pois, entendido que a circunstância de as personalidades dos mortos descreverem, desde o começo do movimento espírita, modalidades de existência espiritual, em oposição diametral às opiniões dos médiuns, dos assistentes e do meio cristão em geral, (baseadas nas crenças de céu, inferno e purgatório), poderia bastar para excluir as hipóteses da sugestão,da autossugestão e dos romances subconscientes..... Resulta daí que esta obra de análise comparada autoriza a preconizar a aurora não distante de um dia em que se chegará a apresentar à humanidade pensante, que atualmente caminha a tatear nas trevas, um quadro de conjunto, de caráter um tanto vago e simbólico, mas verdadeiro em substância e cientificamente legítimo, das modalidades da existência espiritual nas "esferas" mais próximas do nosso mundo, "esferas" onde todos os vivos terão que se achar, depois da crise da morte. Isto permitirá que a Humanidade se oriente com segurança para a solução dos grandes problemas concernentes à verdadeira natureza da existência corporal, das finalidades da vida, das bases da ética, da moral e dos deveres do homem. Estes deveres, na crise de crescimento que a sociedade civilizada hoje atravessa, terão que decidir dos seus destinos futuros. Quer isto dizer que os povos civilizados, se os reconhecerem e cumprirem, se verão encaminhados para uma meta cada vez mais luminosa de progresso social e espiritual; se os repelirem ou desprezarem, seguir-se-á necessariamente, para esses mesmos povos, a decadência, a fim de cederem o lugar a outras raças menos corrompidas do que a raça ora dominante. (Negrito meu).

12) Animismo ou Espiritismo? Qual dos dois explica o conjunto dos fatos?, de Ernesto Bozzano (Editora da FEB).
Numa extraordinária síntese da sua obra de 40 anos, o grande filósofo e sábio Bozzano responde de forma irrefutável à pergunta acima, não deixando de pé uma única das múltiplas hipóteses que os opugnadores da teoria espírita têm continuamente engendrado para invalidá-la. "Estou preparado para esta discussão", dizia Bozzano, "por 40 anos de estudo metódico, severo, sistemático, de natureza nitidamente científica, e sobretudo imparcial, pois durante a mocidade, militei nos ramos do positivismo materialista, defendendo apaixonadamente as minhas convicções filosóficas de então".
O eminente pensador italiano arrasa, uma após outra, as objeções antiespíritas, e demonstra, exaustiva e insofismavelmente, que os fenômenos anímicos, ao invés de invalidarem a hipótese espírita, facultam ao homem a prova mais solene e incontestável da sobrevivência, ou seja, segundo suas próprias palavras, "o animismo prova o espiritismo, pois ambos são efeito de uma única causa, e essa causa é o Espírito humano, que, quando age, em momentos fugazes, durante a existência encarnada, determina os fenômenos anímicos, e quando age, mediunicamente, durante a existência desencarnada, determina os fenômenos espíritas. De fato, animismo e espiritismo são complementares um do outro, e ambos indispensáveis à explicação do conjunto dos fenômenos paranormais, pois tudo o que um espírito desencarnado pode fazer, também deve podê-lo, embora menos bem, um espírito encarnado, sob a condição, porém, de que se ache numa fase transitória de diminuição vital, fase que corresponde a um processo incipiente de desencarnação do espírito, quais se verificam, por exemplo, no sono fisiológico, sono sonambúlico, êxtase, delíquio, narcose, estados comatosos, de convalescença, etc., e se observa experimentalmente que essas são, precisamente, as condições necessárias para que se produzam os fenômenos anímicos".
Ver, também, todas as obras do mesmo autor publicadas em português, e o livro "A Grande Esperança", do criador da Metapsíquica, Prof. Dr. Charles Richet.

67) Algumas grandes obras da ciência espírita (1ª parte)

Alexandre Aksakof













César Lombroso









1) Animismo e Espiritismo, de Alexandre Aksakof (editora da FEB).
Alexandre Aksakof, tido, com muita verdade, como um dos gigantes das ciências psíquicas, reuniu saber, erudição e imparcialidade na monumental obra que originalmente saiu publicada em alemão ("Animismus und Spiritismus", ano de 1890), e que, pelo seu justo valor, se projetou no mundo inteiro, com traduções para o inglês, o espanhol, o francês, o italiano e o russo, constituindo, no entender de certos estudiosos "a obra mais importante e mais completa que se escreveu acerca do Espiritismo, do ponto de vista científico".
Aksakof -- o sábio e incansável pesquisador dos fenômenos psíquicos, pois viajou meio mundo para estudá-los; Conselheiro de Estado de Sua Majestade, o Imperador (Czar) de todas as Rússias, Alexandre III; doutor em filosofia, professor de línguas estrangeiras na Academia Alemã de Leipzig (falava 8 línguas correntemente); fundador e diretor de duas das melhores revistas com que a imprensa espírita já contou: "Psychische Studien", na Alemanha e "Rebus", na Rússia; tradutor de diversas obras estrangeiras para o alemão e o russo, cujo nome se aureolou do respeito e da admiração de todos os chamados metapsiquistas -- respondeu superior e vantajosamente à brochura que o mais famoso filósofo da época, o Dr. Eduardo von Hartmann, escreveu com relação ao Espiritismo, opondo-lhe uma extensa fenomenologia do mediunismo, ilustrada de imensa mole de fatos maravilhosos, recolhidos em todo o mundo, de vários cientistas da época, e da qual bom número é também devido às observações e experiências do próprio autor.
"Animismo e Espiritismo", obra recomendada pelo grande filósofo bávaro, Barão Karl du Prel, como indispensável a qualquer investigador consciencioso, coloca, com uma argumentação incontestável e vitoriosa, as teorias antiespíritas no seu devido lugar, mostrando-lhes o seu exato valor, e guia os primeiros passos da Filosofia no Além, sem sair de considerações rigorosamente positivas. Essa obra, hoje clássica, do Espiritismo oferece, apesar de suas 705 páginas de composição compacta, uma leitura que cativa e prende a atenção do leitor, pela magnitude dos assuntos que nela são tratados.
Em sua autobiografia, o grande mestre da Ciência da Alma e ex-materialista Ernesto Bozzano, nos conta que a leitura da obra de Aksakof foi o seu primeiro passo dado na "estrada de Damasco".
Pode-se ler, também, do mesmo autor, "Um Caso de Desmaterialização Parcial do Corpo da Médium E. d'Esperance" (ed. FEB).

2) A Evolução Anímica, de Gabriel Delanne (FEB e Editora do Conhecimento).
O autor procura demonstrar que é mediante uma evolução ininterrupta, a partir das formas mais rudimentares, até a condição humana, que o princípio inteligente conquista, lentamente, a sua individualidade, elevando-se, começando no reino mineral, atravessando os reinos vegetal e animal, até desabrochar no reino hominal, por uma série imensa de reencarnações, marchando para destinos sempre mais elevados. As formas desaparecem, mas o princípio psíquico que as anima permanece, entesourando em si todos os progressos realizados nesse processo de evolução contínua e de ascensão crescente, do qual não se vislumbra o final.
Os estudiosos da doutrina encontrarão aqui rico material sobre o importantíssimo elemento de ligação entre o corpo e o Espírito: o perispírito (ou duplo psíquico), cuja realidade Delanne procura demonstrar.
No exame das origens e evolução do princípio inteligente (Espírito), é evidenciada a existência de um determinismo divino, numa grandiosa síntese da vida universal. Esta obra ressalta que o Espiritismo faculta a chave daquilo que a ciência humana é impotente para explicar.

3) A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne (FEB e Editora do Conhecimento).
Espíritos se materializam, deixam-se fotografar, moldam braços e mãos perfeitos na parafina líquida; transportam objetos de longe para dentro de salas e caixas fechadas; materializam-se na hora do desencarne e vão ver seus familiares, abrindo portas, tocando campainhas, fazendo-se visíveis e audíveis a ponto de serem tomados por "vivos"; projetam seus corpos perispirituais à distância e se fazem ver e ouvir, como o amigo que o poeta Goethe viu na estrada de sua casa.
Em A Alma é Imortal, reunindo um acervo impressionante desses fatos paranormais, sobretudo materializações e aparições, quer de vivos, quer de mortos, o sábio estudioso Gabriel Delanne relata esses casos extraordinários, analisa-os com raciocínio científico, e conclui: é a verdade se mostrando na sua esplêndida evidência; sim, nós temos uma alma imortal, e as vidas sucessivas são uma realidade incontestável: são fatos, reproduzidos às centenas e milhares, com todo o rigor de cientistas e pesquisadores. Livro fascinante e indispensável àqueles que buscam as evidências da imortalidade, ou desejam enriquecer o conhecimento desses fenômenos que balizaram o início da "era do espírito".

4) Pesquisas Sobre a Mediunidade, de Gabriel Delanne (Editora do Conhecimento).
Esta obra do sábio francês Gabriel Delanne é um precioso documentário da fenomenologia paranormal, constituindo o que se pode chamar de provas irrefutáveis da comunicação com o mundo dos espíritos. Entre dezenas de casos, salientam-se as biografias de Joana d"Arc e de Luis XI, ditadas a uma jovem de apenas 14 anos, a conclusão de um romance do escritor Charles Dickens por um médium semianalfabeto de 15 anos, a revelação dos dois satélites de Marte, dezoito anos antes de sua descoberta, bem como soluções de problemas científicos e apresentação de remédios eficazes. Há casos curiosos e raros, como a psicografia de bebês e de médiuns analfabetos, mensagens em línguas estrangeiras e por código Morse (do espírito de um telegrafista para outro) e de um ex-surdo-mudo por linguagem de sinais; tudo de absoluto desconhecimento dos médiuns.
Mas o criterioso espírito científico de Delanne vai mais além e faz questão de analisar e conceituar separadamente a mediunidade mecânica de outros fenômenos anímicos, como a telepatia, a clarividência, o sonambulismo, a sugestão e a autossugestão. Assim, neutralizando críticas, faz ressaltar de forma lúcida a autenticidade da verdadeira intervenção dos espíritos, compondo um precioso documento para compreender-se as origens do Espiritismo. Esta obra, de quase 600 páginas, é o que se pode dispor de mais valioso para o aprofundamento do entendimento da verdadeira mediunidade.
Ver, ainda, do mesmo autor, "A Reencarnação" (ed. FEB) e "O Fenômeno Espírita" (idem).

5) Hipnotismo e Mediunidade, de Cesare Lombroso (Editora da FEB)
Obs. minha: o título real desta obra deveria ser Hipnotismo e Espiritismo.
Cesare (ou em português, César) Lombroso é considerado o pai da chamada "Antropologia Criminal". Descobriu a causa específica, profilaxia e tratamento da doença conhecida como "pelagra", escreveu diversos trabalhos sobre os delinquentes e a gênese natural do delito, sobre a natureza do homem de gênio, sobre Medicina Legal, disciplinas carcerárias, sobre a natureza da histeria e da epilepsia, sobre o hipnotismo, etc.. Foi médico, criminologista, psiquiatra e antropólogo. Materialista ferrenho, mudou as suas opiniões lentamente nos últimos 18 anos de sua vida, após emprender várias experiências com a médium Eusápia Paladino.
Vejamos os títulos dos capítulos do seu grande e bem documentado livro:

1ª parte -- Hipnotismo: 1- Transposição dos sentidos em histéricos hipnotizados; 2- Tansmissão do pensamento; 3- Premonições por histéricos e epilépticos; 4- Lucidez e profecia nos sonhos. Estudos de Myers. 5- Fenômenos físicos e psíquicos com os hipnotizados; 6- Polarização e despolarização psíquica.

2ª parte -- Espiritismo: 1- Fenômenos espiríticos com Eusápia; 2- Resumo dos fenômenos mediúnicos de Eusápia; 3- Fisiopatologia de Eusápia. Influência e ação dos médiuns. 4- Condições e influência dos médiuns. 5- Médiuns e magos entre os povos primitivos e os selvagens; 6- Limites à influência do médium; 7- Experiências fisiológicas com os médiuns; 8- Materializações e aparições de falecidos; 9- Fotografias transcendentais; 10- Identificação de espíritos; 11- Duplos; 12- Casas assombradas; 13- A crença dos Espíritos dos mortos emtre os selvagens e os bárbaros; 14- Epílogo.

Vejamos o que diz Lombroso sobre a Telepatia como explicação para os fenômenos espíritas:
"Tentam-se várias explicações para evitar a da influência dos mortos: por exemplo, a de que o médium extrai do cérebro dos presentes as informações verídicas que fornece sobre as pessoas falecidas. Eu compreendo a telepatia no caso, por exemplo, de Stainton Moses, que teve a aparição de um amigo, o qual, antes de adormecer, fixou vivamente o pensamento nele.
Porém, conforme nota James Hyslop, a sucessão de vários Espíritos comunicantes, 5, 6, 10 vezes, com personalidades distintas e caracteres bem nítidos, inteiramente diferentes uns dos outros, não se pode explicar pela telepatia. E viu-se com a médium, Sra. Piper, que os Espíritos comunicantes que, em vida, não conheceram o Dr. Hodgson, sabiam assinalar esse fato, coisa igualmente inexplicável pela telepatia. E os próprios erros das comunicações excluem a telepatia, enquanto, ao contrário, eles bem se explicam pela dificuldade que têm esses seres, chegados a uma nova forma de existência, para transmitir seu pensamento através de um cérebro que lhes é estranho".
"Se, repito, as comunicações mediúnicas viessem da telepatia, se todas fossem telepáticas, por que tantas confusas e falsas? Por que, a não ser em casos especiais, raramente aparecem aqueles seres que os assistentes desejam contactar, e nos quais pensam tão vivamente? E como, assim, com frequência, perdiam as noções do tempo e dos nomes (ver capítulos anteriores), enquanto entre os vivos permanecem tão intensos e precisos? E como pode a telepatia explicar as comunicações de espíritos desconhecidos do médium e de todos os presentes, ou, quando é conhecido de algum dos presentes, cita fato ou fatos de todos desconhecidos? Nem a telepatia pode revelar fatos que acontecerão no futuro, como quando a Srta. Curtis, por exemplo (ver o livro Phantasmas of the Living), sonha ver certa mulher passar a seu lado, depois de encontrá-la estendida na rua, enquanto, entre os presentes, uns diziam que estava viva e outros morta. Tratava-se da Sra. C., sua amiga, de quem, havia tempo, não tinha notícias. Na manhã seguinte, a Sra. C. caía na rua, ferindo-se. Como poderia a telepatia transmitir o que ainda não havia aontecido?".
"Alguns críticos apelam para a ação do inconsciente do médium. Mas inconsciente não é sinônimo de inexistente; o estado de inconsciência pode revelar e reunir, numa síntese fecunda, ideias e fatos mais ou menos esquecidos, mas não pode suscitar o que nunca se soube."

No fim do livro, seu competente tradutor, Almerindo Martins de Castro, relembra as palavrras que constam do prefácio do próprio Lombroso: "Mas se cada um desses fenômenos nos pode ser ou parecer incerto, o conjunto de todos forma um compacto mosaico de provas, resistentes aos ataques da mais severa dúvida".

66) Algumas opiniões sobre "A Grande Síntese"

Do escritor, tradutor e editor Monteiro Lobato:
"Todos nós temos o vago sonho de encontrar um livro que nos seja como uma casa definitiva: a casa de sonho que procuramos. Um livro no qual moremos ou passemos a morar. Pois creio que encontrei o meu livro . Ele se chama A Grande Síntese, e foi recebido pela inspiração de Pietro Ubaldi. Temos de lê-lo e relê-lo. Lendo-o, estou a vagar no alto mar desse livro: tonto, deslumbrado, maravilhado!".

Do latinista e helenista, Prof. Carlos Torres Pastorino:
"Ao finalizar a leitura de A Grande Síntese, temos a impressão de haver lido, ressurgido no século vinte, um dos grandes profetas bíblicos. Igualá-la é difícil; superá-la, impossível; negá-la, absurdo; discutí-la, loucura. Mas aceitá-la e sentí-la é prova de que, em nós, há uma centelha da divindade. Merece, realmente, ser encadernada, no mesmo volume que o Novo Testamento, como coroamento das obras dos grandes e primeiros Apóstolos. A força e a segurança fazem desta Grande Síntese uma continuação natural das Epístolas e do Apocalipse, nada ficando a dever a elas."

Do escritor, filósofo e cientista italiano Ernesto Bozzano:
"A onda de inspiração supranormal lhe ditou a mais extraordinária, concreta e grandiosa mensagem mediúnica, de ordem científica, que se conhece em Parapsicologia. É tão plena de pensamento, de ciência e de sabedoria que impossível se torna, com uma só leitura, emitir sobre ela um juízo sumário."
(Alguns meses depois)
"Trata-se verdadeiramente de uma grande síntese de tudo o que forma o acervo do conhecimento humano, considerado por um prisma positivamente transcendental, em que são passados em revista todos os ramos do saber; em que se aclaram e resolvem numerosas questões até agora insolúveis, mediante, não só, novas diretrizes científicas, como também mediante considerações filosóficas, éticas, sociais e morais tão sublimadas que causam reverente assombro!".

Do grande físico experimental Enrico Fermi (Prêmio Nobel de Física, 1938):
"Goethe, o grande poeta alemão, já dizia, em sua Conversação com Eckermann: Nenhuma produção de ordem superior, nenhuma invenção jamais foi devida ao homem, mas surgiu de fonte ultraterrena. O homem deveria, pois, condiderá-la como um dom inesperado do Alto e aceitá-la com gratidão e veneração. Nestas circunstâncias, o homem não passa de instrumento de um poder superior, como um vaso achado digno de receber um conteúdo divino."
"É o pensamento dos profetas, expresso quase nos mesmos termos. Pois bem, em A Grande Síntese, Ubaldi, apoiado no seu enorme poder de inspiração, traçou um quadro de filosofia científica e de antropologia ético-social que deixa muito para trás as tentativas similares do último século, pela amplitude da trama e pela existência, no seu caso, de uma disciplina superior, uma verdadeira ars regia que, partindo de um certo conhecimento das leis cósmicas e da estrutura do espírito humano, contribui para sintonizar este com as primeiras, para abraçar e exprimir muitas verdades desconhecidas; ou, tratando-se de verdades conhecidas, circundá-las de luz deslumbrante, geradora de evidência e de inefável consolo".

Do grande físico-matemático Albert Einstein (Prêmio Nobel de Física, 1921):
"Li parte do seu livro e fiquei profundamente admirado pela força da linguagem e pela vasta extensão dos assuntos abordados; infelizmente, o meu tempo é pouco, pois estou inteiramente absorvido na formulação de uma nova teoria que unifique as forças fundamentais da Física, em que já trabalho há alguns anos".

Do próprio médium que a recebeu, Prof. Pietro Ubaldi:
"A Grande Síntese, no seu aspecto interior e profundo, é uma revelação. Num mundo em que todo ser é constrangido, por uma lei feroz, a reclamar da carne do próprio semelhante para seu alimento, esta é uma Voz que tem um timbre diferente. Sua vestimenta científica é exterior e cobre, realmente, uma substância evangélica que une a Síntese ao desenvolvimento gradual, na Terra, do pensamento do Cristo, que é uma contínua irradiação".